Secretaria da Saúde alerta municípios sobre reforço no combate à dengue

Documento foi enviado aos municípios solicitando atenção no combate ao mosquito transmissor da doença. Embora o número de casos ainda seja inferior a 2007, tendência de queda estacionou e preocupa os gestores públicos
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08/07/2010 - 17:20
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A Secretaria estadual da Saúde enviou aos 399 municípios do Paraná um documento solicitando reforço e atenção no combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue. A preocupação da Secretaria se deve à interrupção na tendência de quedas no número de casos da doença. “A dengue se combate todo o ano e não podemos descuidar. Normalmente há uma tendência de relaxamento nas ações de prevenção da doença no inverno, e isso não pode ocorrer”, disse o secretário Carlos Moreira Júnior.
Ele lembrou que até o momento este inverno não foi tão rigoroso quanto em anos anteriores e isso facilita a vida do mosquito. O secretário explica que o número de novos casos confirmados ainda é menor do que no pico da doença, mas a queda que ocorre normalmente neste período do ano estacionou e isso é o que preocupa as autoridades sanitárias.
No documento, a secretaria solicita que as ações que envolvem os agentes de endemia, responsáveis pelas visitas e orientações nas residências da população, sejam intensificadas, bem como a inclusão de equipes do Programa Saúde da Família nas orientações.
O novo balanço de casos da doença apresentado pela Secretaria da Saúde mostra que foram confirmados 19.930 casos da doença até o momento. Na comparação com 2007, última epidemia de dengue no Paraná, o número de registros é menor. Naquele ano foram 24.347 casos confirmados neste mesmo período. O número de casos suspeitos confirmados, todavia, é menor. Em 2010 a média de casos suspeitos que são positivos para a doença é de 35% contra os 52% de 2007.
“Esta é uma informação positiva, pois significa que os profissionais de saúde estão atentos à doença. Com um diagnóstico precoce se torna mais fácil o tratamento e o desencadeamento de ações de campo para o bloqueio da transmissão. Quanto mais alta a notificação, melhor”, explica o superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria, José Lúcio dos Santos.
Ele também reforçou a necessidade do envolvimento da população de forma perene, independente do clima ou estação. “Precisamos criar a cultura de que as ações preventivas, ou seja, evitar deixar água parada, se torne algo constante na população. Estudos já comprovaram que 90% dos criadouros do mosquito estão nos quintais e nas residências”, completou.
NÚMEROS – Nesta quinta-feira (08) a Secretaria da Saúde divulgou os novos números da doença no Estado. Eles mostram que até o dia 02 de julho foram confirmados 20.659 casos da doença, sendo 19.930 casos autóctones – casos cuja infecção ocorreu dentro do Estado – e 729 casos importados.
Neste ano foram registrados 112 casos graves da doença, sendo que foram diagnosticadas 44 como dengue hemorrágica e 68 casos de dengue clássica com complicação no quadro clínico dos pacientes. Oito pessoas morreram.
Ao todo, 14 Regionais de Saúde apresentaram casos autóctones de dengue, sendo que as regionais de Maringá (15ªRS), com 5.306 casos, de Foz do Iguaçu (9ªRS), com 4.970 casos, e de Londrina (19ªRS), com 2.360 casos, são as que mais preocupam. Dos 399 municípios, os que mais registraram casos da doença foram Foz do Iguaçu (3.114), Maringá (2.765), Londrina (1.357), Medianeira (1.055) e Campo Mourão (875).
INFESTAÇÃO PREDIAL – Atualmente 263 municípios são considerados infestados e realizam periodicamente os levantamentos do Índice de Infestação Predial (IPP). No mês de junho, 29 destes municípios apresentaram índice igual ou superior a 4% e 104 municípios apresentaram índice de 1% a 4%, quando o recomendado pelas autoridades sanitárias é que o índice seja menor de 1%.
Outros 48 municípios infestados registraram índices de 0,01% a 0,99% e 187 municípios registraram índice 0,00%, 31 municípios não enviaram os dados até 02 de julho.