Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, tornou-se sede de debates sobre a sociedade latino-americana. Como fase preparatória para 40ª Cúpula dos Presidentes do Mercosul, começou nesta terça-feira (14), a 10ª Cúpula Social do Mercosul. “É um evento de convergência entre governo, sociedade civil, movimentos sociais e populares que atuam a favor da integração latino americana”, afirmou o secretário geral da presidência da República, Ricardo Martins.
As duas cúpulas ocorrem simultaneamente. Nesta edição, entretanto, pela primeira vez, de acordo com Martins, os presidentes participarão da Cúpula Social. Os Chefes de Estado estarão presentes na sexta-feira (16), quando se encerram as discussões.
A socióloga Marilena Chaui, integrante da primeira plenária que discutiu integração, democracia e desenvolvimento, destacou a importância dos movimentos sociais latino-americanos para consolidação da democracia. Segundo ela, as manifestações populares unificam particularidades e carências transformando-as em interesse comum e, depois, em direito universal. “Os movimentos sociais idealizam a luta contra a desigualdade e demole privilégios. Todos os cidadãos têm o direito de participar das discussões e deliberações públicas”, disse.
Representando a Argentina, Aldo Ferrer, da Universidade de Buenos Aires, afirmou que este é o momento propício para integração latino-americana. Mas para isso, segundo ele, é preciso superar a desigualdade social característica dos países da região e a subordinação às nações tidas como desenvolvidas.
Os tratados de livre comércio entre países da América Latina e Estados Unidos ou União Européia foram analisados por Gerardo Caetano, da Universidade da República, do Uruguai, como acordos que ultrapassam a barreira comercial. Segundo ele, são contratos que colocam em risco a propriedade intelectual dos países.
Durante a palestra, Caetano sugeriu uma reflexão sobre como os países latino-americanos estão crescendo economicamente. “Nenhum país é desenvolvido exportando commodity”, ressaltou. “É preciso agregar valor ao produto e incorporar ciência e tecnologia aos nossos produtos e serviço”, diz Gerardo Caetano.
Outro desafio para a região, de acordo com Caetano, é a pobreza. Assim como os outros palestrantes do dia, ele acredita que não há democracia que se sustente em desigualdade.
Para finalizar as exposições, Emir Sader, da Universidade Federal Fluminense, analisou a mudança política vivida pela América, no século 21, quando foram eleitos governantes representantes progressistas. Segundo ele, a crise financeira de 2009 exemplificou o novo cenário político da região. Para Sader, foi a primeira vez que o pobre não pagou por uma crise.
Sader disse que os atuais governos da região são favoráveis a integração latino-americana e não a tratados comerciais. “O México assinou o tratado de livre comércio com os Estados Unidos e foi o que mais sofreu e ainda sofre com a crise”, afirmou.
Ele chamou atenção também para o monopólio da comunicação e para a questão agrária. “Não é possível que o Brasil, o maior país de terra cultivável, tenha trabalhador sem terra”, afirmou. Para ele, os movimentos sociais são a alternativa para que haja uma mudança estrutural tanto no campo quanto na comunicação do país.
Outro desafio mencionado por Sader é a superação do analfabetismo. Segundo ele, Brasil e Argentina devem seguir o exemplo boliviano e agira para superar o analfabetismo o mais rápido possível. “É uma tarefa do governo e dos movimentos sociais”.
O prefeito de Foz do Iguaçu Paulo Mac Donald, comentou a escolha da cidade para sediar os encontros. “Foz do Iguaçu está se transformando em um polo de conhecimento. O turismo de evento nos projeta não só no Brasil, como no continente inteiro”, afirmou.
A 10ª Cúpula Social do Mercosul ocorre até o 16 de dezembro, na sede da Itaipu Binacional.
As duas cúpulas ocorrem simultaneamente. Nesta edição, entretanto, pela primeira vez, de acordo com Martins, os presidentes participarão da Cúpula Social. Os Chefes de Estado estarão presentes na sexta-feira (16), quando se encerram as discussões.
A socióloga Marilena Chaui, integrante da primeira plenária que discutiu integração, democracia e desenvolvimento, destacou a importância dos movimentos sociais latino-americanos para consolidação da democracia. Segundo ela, as manifestações populares unificam particularidades e carências transformando-as em interesse comum e, depois, em direito universal. “Os movimentos sociais idealizam a luta contra a desigualdade e demole privilégios. Todos os cidadãos têm o direito de participar das discussões e deliberações públicas”, disse.
Representando a Argentina, Aldo Ferrer, da Universidade de Buenos Aires, afirmou que este é o momento propício para integração latino-americana. Mas para isso, segundo ele, é preciso superar a desigualdade social característica dos países da região e a subordinação às nações tidas como desenvolvidas.
Os tratados de livre comércio entre países da América Latina e Estados Unidos ou União Européia foram analisados por Gerardo Caetano, da Universidade da República, do Uruguai, como acordos que ultrapassam a barreira comercial. Segundo ele, são contratos que colocam em risco a propriedade intelectual dos países.
Durante a palestra, Caetano sugeriu uma reflexão sobre como os países latino-americanos estão crescendo economicamente. “Nenhum país é desenvolvido exportando commodity”, ressaltou. “É preciso agregar valor ao produto e incorporar ciência e tecnologia aos nossos produtos e serviço”, diz Gerardo Caetano.
Outro desafio para a região, de acordo com Caetano, é a pobreza. Assim como os outros palestrantes do dia, ele acredita que não há democracia que se sustente em desigualdade.
Para finalizar as exposições, Emir Sader, da Universidade Federal Fluminense, analisou a mudança política vivida pela América, no século 21, quando foram eleitos governantes representantes progressistas. Segundo ele, a crise financeira de 2009 exemplificou o novo cenário político da região. Para Sader, foi a primeira vez que o pobre não pagou por uma crise.
Sader disse que os atuais governos da região são favoráveis a integração latino-americana e não a tratados comerciais. “O México assinou o tratado de livre comércio com os Estados Unidos e foi o que mais sofreu e ainda sofre com a crise”, afirmou.
Ele chamou atenção também para o monopólio da comunicação e para a questão agrária. “Não é possível que o Brasil, o maior país de terra cultivável, tenha trabalhador sem terra”, afirmou. Para ele, os movimentos sociais são a alternativa para que haja uma mudança estrutural tanto no campo quanto na comunicação do país.
Outro desafio mencionado por Sader é a superação do analfabetismo. Segundo ele, Brasil e Argentina devem seguir o exemplo boliviano e agira para superar o analfabetismo o mais rápido possível. “É uma tarefa do governo e dos movimentos sociais”.
O prefeito de Foz do Iguaçu Paulo Mac Donald, comentou a escolha da cidade para sediar os encontros. “Foz do Iguaçu está se transformando em um polo de conhecimento. O turismo de evento nos projeta não só no Brasil, como no continente inteiro”, afirmou.
A 10ª Cúpula Social do Mercosul ocorre até o 16 de dezembro, na sede da Itaipu Binacional.