Consumo de cigarros por mulheres preocupa as autoridades de saúde

A Secretaria Estadual de Saúde recebeu do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e distribuiu aos municípios 9 mil cartazes e 40 mil folderes da campanha
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28/05/2010 - 17:40
Editoria

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No Dia Mundial sem Tabaco - 31 de maio - a Secretaria da Saúde está mobilizada para alertar sobre perigo e crescimento no consumo de cigarros entre as mulheres. De acordo com a Organização Mundial de Saúde elas representam 20% dos fumantes no mundo, o que significa mais de 1 bilhão de fumantes do sexo feminino. Para chamar a atenção deste público-alvo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), em parceria com as secretarias estaduais e municipais de saúde, lançam a campanha: “Mulher, você merece algo melhor que o cigarro”.
No Paraná, onde o tabagismo feminino atinge cerca de 15% das mulheres acima de 15 anos, as ações de conscientização serão realizadas pelas secretarias municipais de saúde, em parceria com as 22 Regionais de Saúde do Estado. A Secretaria Estadual de Saúde recebeu do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e distribuiu aos municípios 9 mil cartazes e 40 mil folderes da campanha.
O secretário da Saúde, Carlos Moreira Junior, explica que apesar do número de fumantes no Brasil ter diminuído de 30 milhões em 1989 (33% da população acima de 15 anos) para 25 milhões (17,2%) em 2008, houve um aumento significativo no consumo de cigarros por mulheres, e principalmente por meninas. De acordo com a OMS, pesquisa feita em 151 países revelou que cerca de 7% das adolescentes meninas fumam cigarro e 12% dos adolescentes meninos.
“O tabaco traz malefícios para todos, porém neste Dia Mundial sem Tabaco a campanha de conscientização é voltada às mulheres e meninas. A nicotina, substância barata e que dá prazer, está cada vez mais sendo consumida por elas, principalmente pelas jovens, pobres e com pouca escolaridade”, explicou o secretário.
Um agravante do tabagismo feminino é a combinação do tabaco e do uso de anticoncepcionais. Dados apresentados pelo Instituto Nacional do Câncer mostram que as mulheres que fumam e fazem uso dos contraceptivos apresentam mais riscos de desenvolver doenças do sistema circulatório, como trombose. Elas ainda têm 39% mais chances de desenvolver doenças do coração e 22% de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC).
Outro agravante relacionado a tabagismo feminino é que doenças tipicamente masculinas estão começando a afetar também o público feminino. Em 2007, o câncer de pulmão foi a segunda causa de morte entre as mulheres e a primeira entre os homens.
“Hoje as mulheres estão decididas a postergar a maternidade com o uso de contraceptivos. No entanto, elas precisam estar cientes dos riscos que correm por serem fumantes”, ressaltou Moreira.
TRATAMENTO - A mulher que quiser deixar de fumar e precisar de tratamento deve procurar a unidade de saúde mais próxima, onde será encaminhada para receber o acompanhamento. Atualmente o Paraná conta com dois tipos de tratamento para quem deseja parar de fumar. O primeiro é o cognitivo comportamental, que consiste na realização de sessões de terapia em grupo no qual aspectos comportamentais são utilizados para auxiliar o fumante a entender seu vício e, assim cessar o uso do tabaco.
O segundo tipo de tratamento utiliza medicação, mas só é oferecido ao paciente se ele estiver participando das sessões em grupo. O tratamento com medicamentos é complementar e deve ser prescrito pelo médico, pois possui contra-indicações.

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