Webconferência debate dia nacional de mobilização pró-saúde da população negra

Esta política inclui ações de cuidado, atenção, promoção à saúde e prevenção de doença, bem como a participação popular, produção de conhecimento, formação e educação permanente para os trabalhadores da saúde, visando a promoção da equidade em saúde da população negra
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26/10/2010 - 17:50
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A Secretaria da Saúde realizou na tarde desta terça-feira (26), no auditório da Escola de Saúde Pública, a webconferência do dia nacional de mobilização pró-saúde da população negra. A conferência abordou questões de desigualdades em saúde que acometem a população negra ao longo dos anos reconhecendo que suas condições de vida resultam de injustos processos sociais, culturais e econômicos.
“São importantíssimas ações como esta que debatem questões sobre as necessidades e avanços da população negra que há anos busca espaço em uma sociedade que ainda é preconceituosa principalmente em relação à cor”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Carlos Moreira Junior. Moreira, enquanto reitor da Universidade Federal do Paraná foi o responsável pela implantação das cotas para negros na instituição.
A política Nacional de Saúde Integral da População Negra – uma política do Sistema Único de Saúde (SUS), do Ministério da Saúde, vem para dar respostas às desigualdades em saúde que atingem esta população. Esta política inclui ações de cuidado, atenção, promoção à saúde e prevenção de doença, bem como a participação popular, produção de conhecimento, formação e educação permanente para os trabalhadores da saúde, visando a promoção da equidade em saúde da população negra.
Para o médico geriatra Vítor Jorge Brasil, a falta de estruturas básicas são um dos principais motivos para o aumento da desnutrição na população negra. “Os negros são os que detêm os piores índices de saúde. Quanto mais afastado do centro urbano, piores são esses índices. Para se ter idéia, nas comunidades quilombolas o índice de desnutrição é de 8%, acima da média brasileira que é de 4%”, afirma. Segundo Jorge, a saúde do povo é mais influenciada pela política, riqueza, distribuição de rendas do que por ações de saúde.
Participaram da conferência como integrantes da mesa, Vitor Jorge, médico, Michely Ribeiro da Silva, psicóloga e integrante da Rede Mulheres Negras do Paraná e Cíntia Martins Novais, enfermeira, além de outras pessoas que integram a Rede.

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