Viveristas do IAP garantem qualidade genética das sementes do Programa Mata Ciliar

Equipes do IAP selecionam árvores para qualidade genética e diversidade das mudas que serão plantadas
Publicação
21/09/2009 - 18:18
Editoria
Durante a comemoração do Dia da Árvore, nesta segunda-feira (21), em Londrina, o secretário do Meio Ambiente, Rasca Rodrigues, fez questão de ressaltar a importância do trabalho dos cerca de 50 viveiristas do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) que trabalham diariamente para garantir a qualidade genética das mudas plantadas. “As sementes utilizadas nos viveiros não são compradas, mas coletadas em florestas, por equipes distribuídas pelo Estado. Na busca pelos melhores exemplares de espécies nativas, técnicos entram nas matas e escalam árvores no período de amadurecimento das sementes”, explicou Rasca Rodrigues. Segundo ele, somente no último ano foram coletadas e beneficiadas nos viveiros do IAP cerca de 25 toneladas de sementes, todas de espécies nativas de diversas regiões do Estado. “Não existe semente de angico ou de peroba à venda em supermercado ou em loja agropecuária, como as sementes de pinus e eucalipto”, demonstrou o secretário. Para garantir a diversidade e a qualidade genética das mudas produzidas, o IAP promoveu treinamentos, comprou equipamentos e investiu em infraestrutura para coleta de sementes. Atualmente, cada um dos 20 viveiros do instituto possui uma pequena equipe de coleta, que executa o trabalho em sua região. CUIDADOS – O presidente do IAP, Vitor Hugo Burko, explicou que existe acompanhamento técnico das árvores, para que a coleta seja feita no momento ideal para melhorar a reprodução. “Além disso, também seguimos as recomendações do Embrapa Florestas. Nosso objetivo é perpetuar as características originais de cada espécie, garantindo assim a biodiversidade e a vida no Paraná”, completou. O trabalho é cuidadoso. “Não podemos coletar todos os anos sementes da mesma matriz. A seleção das árvores leva em consideração a manutenção da diversidade. Se coletássemos sempre das mesmas matrizes, teríamos uma floresta homogênea, o que não nos interessa. Queremos a variedade”, afirmou o funcionário do viveiro do IAP da região Norte, Sebastião Mendes. São coletadas 85 espécies de sementes, sendo que 15 delas estão ameaçadas de extinção - como a araucária, o palmito e a peroba rosa. O coordenador estadual do Programa, Paulo Roberto Caçola, explicou que, depois de coletadas, as sementes são analisadas e beneficiadas em dois laboratórios do IAP, instalados nos maiores viveiros do Estado – em São José dos Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba) e Engenheiro Beltrão (Noroeste do Estado). “Lá as sementes são secas, limpas, testadas e encaminhadas aos viveiros conveniados”, completou. As técnicas de beneficiamento variam, mas algumas espécies dependem de pouca ajuda – como a cangirana, por exemplo. “Basta que deixemos a semente dentro de saco plástico fechado alguns dias para que ela se abra”, completou o chefe do Viveiro do Guatupê em Curitiba, Benedito Eugênio Padilha. Só na estufa do viveiro do IAP em São Jose dos Pinhais, 250 mil mudas são produzidas com sementes coletadas pelas equipes do órgão ambiental. “Se não fosse esse trabalho, algumas das árvores cultivadas aqui correriam o risco de desaparecer”, concluiu Padilha.

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