Vereadores criticam aumento na tarifa de ônibus de Curitiba

Os vereadores classificaram o reajuste como “uma jogada de marketing”
Publicação
27/02/2004 - 00:00
Editoria
O vereador Adenival Gomes declarou nesta sexta-feira (27) que o reajuste da tarifa dos ônibus em Curitiba para R$ 1,70 não passa de “uma jogada de marketing”. O prefeito de Curitiba, Cassio Taniguchi, chegou a autorizar, antes de uma viagem a Europa, uma tarifa de R$ 1,90. Assim que tomou posse, o prefeito em exercício à época suspendeu o aumento, questionando decisão da Urbs, órgão vinculado à prefeitura. Para Adenival, o correto seria manter a tarifa em R$ 1,65. “A antiga tarifa já era uma das três mais caras das capitais. R$ 1,90 então não tinha o menor sentido”, declarou. O vereador acredita que essa indefinição da própria prefeitura não passa de um acordo pré-eleitoral. “Nesse barulho todo, estão preparando a campanha de Beto Richa para prefeitura de Curitiba. Eles simulam uma briga para depois o vice-prefeito sair como o ‘salvador da pátria’”, afirmou Adenival. Para o também vereador Luiz Felipe Braga Cortes, o recuo da prefeitura em redefinir a nova tarifa de R$ 1,90 para R$ 1,70 significa que há irregularidades na Urbs. “Isso é sinal que realmente existe uma caixa preta na Urbs e que nós precisamos abri-la para verificar se os custos apresentados condizem com a realidade”, defendeu. Para Braga Cortes, a situação também gera uma confusão para o usuário do transporte coletivo. “Se para nós, vereadores, já é difícil compreender todo esse processo, imagino para o cidadão comum”, lamentou. O vereador também ressaltou que o aumento vai interferir no bolso do usuário. “Qualquer aumento representa um impacto na vida do cidadão”, frisou. André Passos destacou que todo o processo de planejamento do sistema de transporte metropolitano nos últimos anos foi pensado para que a Urbs tivesse autonomia. “Dizer, agora, que a Comec deve resolver a situação é uma chantagem que prejudica todo o planejamento da cidade. A prefeitura tem que arcar com suas responsabilidades”, frisou Passos. O vereador também questiona a mudança de valores. “O que estava errado antes? O que possibilitou essa redução? Me parece mais a criação de um fato político para favorecer o vice-prefeito de Curitiba nas eleições municipais desse ano”, ponderou. Mesmo com tarifas diferenciadas, o presidente da Comec, Alcidino Bittencourt Pereira, afirmou que a integração do transporte metropolitano não será abalada. Segundo ele, o valor praticado pela Comec continuará o mesmo: R$ 1,65.