Vencedores do concurso de Paisagismo do Guarituba apresentam projetos na Cohapar

Os alunos tiveram o desafio de produzir projetos de paisagismo inovador, que conciliasse a preservação ambiental ao trabalho de resgate social numa região que o governo do Paraná já está atuando
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13/11/2008 - 16:00
Editoria
Os ganhadores do Concurso Nacional de Estudantes de Paisagismo em Área Socioambiental Frágil, que teve como foco o bairro do Novo Guarituba, em Piraquara, apresentaram na quarta-feira (12) os projetos para o presidente da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), Rafael Greca. Os alunos tiveram o desafio de produzir projetos de paisagismo inovador, que conciliasse a preservação ambiental ao trabalho de resgate social numa região que o governo do Paraná já está atuando. Os três primeiros colocados do prêmio, promovido pela Cohapar, Caixa Econômica Federal (CEF) e Universidade Federal do Paraná (UFPR), já receberam cheques simbólicos no dia 24 de outubro, que totalizaram R$ 9 mil repassados pela CEF. Ao primeiro lugar foram direcionados R$ 4 mil. Ao segundo lugar, R$ 3 mil e ao terceiro, R$ 2 mil. Os três grupos são compostos por estudantes da UFPR. Ainda tiveram duas menções honrosas. No Guarituba, o Governo do Paraná realiza o maior projeto de regularização fundiária do País, com recursos de R$ 91,7 milhões do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) e contrapartidas estadual e municipal. No local, vivem 12 mil famílias, sendo que 803 serão realocadas da beira do rio que faz parte do manancial de água e outras 11.197 receberão a posse de suas terras. Neste bairro estão localizados os mananciais de água responsáveis por 70% do abastecimento de água da capital e de outras cidades da Região Metropolitana. O projeto é desenvolvido Cohapar, em parceria com diversos órgãos da administração Estadual e Prefeitura de Piraquara. Para Rafael Greca, é importante que os alunos trabalhem com projetos reais e conheçam as verdadeiras necessidades da população. “O Guarituba é um projeto complexo, que exige a integração de diversas esferas. Os estudantes de Arquitetura e Urbanismo, vencedores do concurso, têm o sentimento da realidade e da solução para os problemas brasileiros. Eu fico muito feliz que o lugar onde o Governo realiza o maior projeto de resgate social do país seja também um livro aberto para que os estudantes possam aprender”, disse. “Trazer os professores e os universitários aqui na Cohapar aproxima a academia da nossa Companhia e nos torna mais esperançosos do nosso futuro”. O concurso fez parte das atividades do 9.º Encontro Nacional de Ensino de Paisagismo em Escolas de Arquitetura e Urbanismo no Brasil (Enepea), que foi realizado de 22 a 25 de outubro, em Curitiba (PR). O coordenador do concurso e professor da UFPR, Roberto Sabatella Adan, disse que foi uma experiência muito importante para os alunos, pois trabalharam em um local que necessita de planejamento urbano e social. “Participar de um concurso como este é importante porque faz com que os alunos pensem na dimensão e importância social da profissão. Trabalhar com este tema faz com que haja uma antecipação de algo que eles só viriam na vida profissional e também faz com que eles reflitam sobre o seu papel na sociedade”. Para os alunos que ficaram com o primeiro lugar, ganhar um prêmio como este ajuda a enriquecer o currículo, por ser um concurso de nível nacional. “Fomos até o local para conhecer e entender o que realmente precisava ser feito. Foi um grande esforço do grupo para que o projeto saísse do papel”, contou Thiago Maso. Ciro Scheraiber, representante do grupo que ficou com o segundo lugar, disse que a equipe aprendeu muito com o concurso, pois agora sabem o que é o projeto que o governo está desenvolvendo no Guarituba. “Tivemos que pesquisar a fundo o que é o PAC e de que maneira o governo está atuando. Foi muito importante conhecer a realidade de um local tão próximo a nós”, disse. A equipe de Maurício Kilo, terceira colocada, diz que focou o trabalho na questão social e que esta edição do concurso foi bem mais proveitosa por propor uma questão real, como o Guarituba, e não apenas um projeto fictício. “Uma proposta real é bem mais construtiva e nós aprendemos muito mais. O concurso tornou-se mais concorrido do que em outros anos e, justamente por isso, o resultado é muito mais positivo. A premiação é o reconhecimento pelo nosso esforço e dedicação. Valeu as visitas que fizemos ao local, aos levantamentos de dados. Aprendemos mais sobre a realidade da Região Metropolitana”, afirmou. O professor Paulo Chiesa, coordenador do Encontro, disse que esta foi a primeira vez que a proposta do concurso se baseou em um caso real. “Foi uma experiência nova, pois nos concursos anteriores as temáticas estavam presentes nas matérias das escolas, e, às vezes, os alunos podiam usar um trabalho de conclusão de curso, mas desta vez tiveram que trabalhar com informações reais. Escolhemos um local que precisa de um olhar atento tanto para a natureza quanto na questão social de urbanização, por ser uma área de risco socioambiental”, disse. “Tenho certeza que este concurso contribuiu muito para a vida acadêmica dos estudantes”, concluiu. EXPOSIÇÃO – Os trabalhos ganhadores ficarão expostos a partir do dia 03 de dezembro na Galeria de Artes da Cohapar. “Acho formidável que os alunos, mesmo que com pouca experiência, tenham apresentado soluções passíveis de serem adotadas pela Cohapar. Justamente por isso convidei os alunos vencedores a exporem seus trabalhos para que todos vejam sua idéias”, finalizou.

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