Usuários acreditam que radares não evitam acidentes no trânsito

Muitos defendem a substituição dos aparelhos por lombadas e campanhas educativas
Publicação
03/08/2004 - 00:00
Editoria
Assim como a maioria dos candidatos à prefeitura de Curitiba, muitos motoristas também não concordam com o sistema de multas por radares estabelecido pela Diretran. Marisa Barbaros, dona de um salão na rua Anita Garibaldi, próximo ao ponto onde será instalado um novo radar, acredita que há exagero na adoção do equipamento. “O radar é bom onde precisa, mas acho que eles exageraram um pouco. Fui multada e estava abaixo do limite de velocidade e não consigo provar isso”, lamenta. Para ela, na rua Anita Garibaldi não há necessidade da presença de um radar, mas sim de uma simples lombada. “Isso já resolveria o problema dos acidentes que ocorrem aqui. O radar é um equipamento tão sofisticado sendo que uma coisa simples como uma lombada já resolveria. Esse abuso sai do bolso da gente”, lembrou Marisa. Emílio de Assis, também comerciante da região, defende a instalação de um sinaleiro no lugar do radar. “A rua é bem perigosa e vários acidentes ocorrem nesse cruzamento. Acho interessante o radar nesse ponto, mas acredito que seria muito melhor a instalação de um sinaleiro”. Para ele, a forma como estão sendo colocados os radares em Curitiba não é correta: “ando pela cidade inteira e a maioria dos radares está atrás de árvores, outros estão muito próximo, e não são claramente sinalizados”. Taxistas - Para os taxistas, que rodam a cidade o dia todo, a presença de 110 radares em Curitiba prejudica o trabalho deles. Antônio Rogério Gusso, que trabalha num ponto de táxi no Ahu, “o sistema de radares de Curitiba é uma indústria de fazer dinheiro. Tem muito radar desregulado e o carro passa a 50 km/hora e é multado”. Para ele, a lombada eletrônica seria muito melhor já que é visível ao motorista, que pode reduzir a velocidade. Gusso também acredita que os aparelhos estão instalados muito próximos. José Benedito da Silva, que trabalha no mesmo ponto que Gusso, comemora não ter sido multado nenhuma vez, mas também não confia na função educativa dos radares. “O radar está sendo usado para arrecadar dinheiro. Eles são colocados em lugares escondidos e ninguém sabe onde estão. E, quando todo mundo já sabe onde está o radar e o aparelho não está mais dando lucro, eles o tiram e o colocam em outro lugar. Isso é uma fábrica de dinheiro”, criticou. Juvevê - Em outro ponto onde um novo radar será instalado, na rua Campos Sales, próximo a rua Bom Jesus, no Juvevê, moradores e comerciantes também questionam o funcionamento do sistema. Para Flávio Brasil, “o radar ajuda a educar o povo mas a colação deles está sendo feita para tentar tirar o dinheiro do povo. Eles são colocados em lugares escondidos para tomar o nosso dinheiro”, disse. Para Paulo Sérgio Andretto, dono de um posto de gasolina próximo ao local, admite que a rua é perigosa porque a curva é muito fechada, mas não aposta no radar como solução. “Sou contra o radar porque é uma forma de ganhar dinheiro. Eu seria a favor se as ruas fossem melhor sinalizadas e cuidadas”, sugeriu. “O radar não ajuda em nada. A gente se distrai tendo que procurar o radar. O melhor seria uma campanha de orientação de trânsito”, defendeu Neivir Carlos Knaipp, que trabalha na região. Knaipp concorda com Andretto que a rua precisa ter seu trajeto revisto.