Uso do Rio Miringuava passa a ser controlado por grupo gestor

Principal desafio é equacionar interesses dos agricultores com a necessidade de construir barragem para abastecimento público
Publicação
08/10/2009 - 14:40
Editoria
As atividades e ações de interesse dos diversos usuários da água do Rio Miringuava serão orientadas pelo grupo gestor criado na quarta-feira (7). O grupo é formado por representantes da Prefeitura de São José dos Pinhais, da Associação dos Agricultores do Miringuava e do governo estadual, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (Suderhsa), Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Coordenadoria da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) e Sanepar. De acordo com a diretora de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, Maria Arlete Rosa, o Rio Miringuava é estratégico para garantir o abastecimento com água tratada para milhares de pessoas da Região Metropolitana de Curitiba. Para aproveitar este manancial, a Sanepar pretende construir uma barragem. O Grupo Gestor do Miringuava indicará as ações necessárias para garantir a sustentabilidade da região. As ações propostas serão apresentadas à comunidade no processo de licenciamento ambiental. Ou seja, as demandas identificadas e as reivindicações, da comunidade e dos demais usuários da bacia, devem nortear os estudos complementares ao Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (EIA/Rima). Os estudos complementares serão discutidos em audiências públicas a serem agendadas pelo IAP. Esses estudos serão realizados em atendimento ao ofício 215/2006, do IAP, e das diretrizes da Resolução 001/86 e 237/97, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). O grupo gestor já solicitou que os estudos complementares apresentem diagnósticos socioambiental e do meio socioeconômico da bacia hidrográfica, que contemplem a necessidade dos múltiplos usos da água e os impactos econômicos no desenvolvimento regional e na organização territorial do município de São José dos Pinhais. A construção da barragem provocará alagamento em áreas hoje utilizadas para agricultura. Todos os proprietários serão indenizados. TORNEIRAS SECAS – Os levantamento realizados pela Sanepar - que levam em conta o aumento de moradores na Região Metropolitana de Curitiba e o crescente consumo de água tratada - apontam que a construção da barragem no Rio Miringuava é imprescindível para garantir o abastecimento futuro da Grande Curitiba. “A barragem deve ser concluída até 2015, sob risco de voltarmos a conviver com torneiras secas”, enfatiza Maria Arlete. A barragem é necessária para complementar a infraestrutura de abastecimento para os atuais 800 mil habitantes, que vivem na área de abrangência do Sistema Miringuava. A Sanepar já investiu R$143 milhões na construção do sistema, sendo que parte do conjunto das obras concluídas está ociosa porque a barragem não foi executada. O Sistema Miringuava é formado pela Estação de Tratamento de Água Miringuava (ETA); 2.260 m de tubulação de grande porte para transportar a água bruta até a ETA; 7 reservatórios com capacidade para armazenar 40 milhões e 500 mil litros de água (40.500 metros cúbicos); 54.247 metros de rede para transportar água para os reservatórios de Fazenda Rio Grande, São José dos Pinhais, Araucária e Curitiba; 104.816 metros de rede para levar a água dos reservatórios até a casa dos clientes. Com capacidade para tratar 2 mil litros de água por segundo, a ETA só trata atualmente mil litros porque o volume restante deve ser captado na barragem planejada. A captação atual é feita a fio de água, diretamente no Rio Miringuava e não pode ser maior porque o rio pode secar.

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