Universidade de Ponta Grossa recebe certificação do Ministério do Meio Ambiente

O programa Recuperação Ambiental da Bacia Hidrográfica do Manancial Alagados, desenvolvido pela Universidade Estadual de Ponta Grossa recebe nesta quarta-feira (8) o certificado de Práticas Inovadoras em Revitalização de Bacias Hidrográficas
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07/12/2010 - 17:00
Editoria

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O programa “Recuperação Ambiental da Bacia Hidrográfica do Manancial Alagados”, desenvolvido pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e instituições parceiras recebe nesta quarta-feira (8) o certificado de “Práticas Inovadoras em Revitalização de Bacias Hidrográficas”, em evento programado para o auditório do Ministério da Cultura, em Brasília.
A Universidade será representada pelo coordenador do Núcleo de Estudos em Meio Ambiente (Nucleam), professor Fernando Pilatti, que destaca a importância desse prêmio para todas as entidades, órgãos públicos, empresas e produtores rurais que constituem do Grupo Gestor criado para o gerenciamento das atividades do programa.
O programa foi premiado na chamada pública para seleção para reconhecimento de “Práticas Inovadoras em Revitalização de Bacias Hidrográficas”, do Ministério do Meio Ambiente, através da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano. A iniciativa integra o Programa de Revitalização de Bacias Hidrográficas em Situação de Vulnerabilidade e Degradação Ambiental, com parte do Planejamento Plurianual do Governo Federal e da política de “Disseminação de Boas Práticas de Manejo e Conservação de Bacias Hidrográficas”.
A UEPG obteve a primeira colocação na categoria “Pesquisa”, dentro do tema “Conservação e Recuperação de Solos, Água e Biodiversidade”. A comissão julgadora conferiu 69 pontos ao projeto “Recuperação Ambiental da Bacia Hidrográfica do Manancial Alagados”, um ponto a mais que a segunda colocada, a Universidade da Região de Joinville (Univille), com o programa de extensão de assessoria técnica ao gerenciamento das bacias dos rios Cubatão e Cachoeira. A chamada pública teve a participação de 26 organizações civis sem fins lucrativos, 11 instituições de pesquisas e de tecnologia, 24 municípios e oito organizações privadas, totalizando 69 concorrentes.
PROGRAMA - O coordenador do Núcleo de Estudos em Meio Ambiente (Nucleam) da UEPG, professor Fernando Pilatti, explica que o Manancial Alagados se constitui numa microbacia do Rio Tibagi, com área de 375,7 Km2, abrangendo frações dos municípios de Ponta Grossa, Castro e Carambeí. A denominação Alagados deve-se ao represamento das águas do Rio Pitangui, em 1929, coma finalidade de geração de energia elétrica. A partir de 1977, o reservatório passou a ser um dos pontos de captação de água para Ponta Grossa, representando 40% da demanda do município.
Segundo o professor Pilatti, devido ao seu aspecto paisagístico, de extraordinária beleza, o local despertou interesse pela ocupação de suas margens, ao longo dos anos. Atualmente mais de 120 residências ocupam a orla da represa, em área de preservação permanente. Devido ao comprometimento da área do manancial, em 2001, o Ministério Público solicitou à UEPG, através do Nucleam, um estudo para a identificação e localização das principais causas poluidoras do reservatório. “A partir desse diagnóstico foram elencadas ações para a solução dos os problemas encontrados”, diz o professor.
Através desse levantamento, constatou-se intensa atividade agrícola na região, com utilização de agroquímicos. Observou-se também a atividade pecuária, em instalações nem sempre adequadas à legislação, principalmente no que diz respeito à destinação dos efluentes. A atividade mineradora, era responsável por processos erosivos acentuados que carreavam detritos para os cursos d’água, contribuindo para o assoreamento da represa.
O estudo desenvolvido pelo Nucleam ainda verificou a instalação de um aterro de resíduos sólidos no município de Carambeí, depositados diretamente no solo sem impermeabilização. Também foram mapeadas áreas de reflorestamentos com espécies exóticas, inclusive em áreas de preservação permanente. “Todos esses fatores levantados provocam a degradação ambiental da bacia, além de comprometer a qualidade da água na área do reservatório”, comenta Pilatti, observando que esse estudo deu origem ao programa de “Recuperação Ambiental da Bacia Hidrográfica do Manancial Alagados”
As ações envolvem recuperação de áreas degradadas, restauração da vegetação ciliar, erradicação das espécies vegetais exóticas em áreas de preservação permanente, saneamento básico rural, educação ambiental, assessoria técnica a pecuaristas e agricultores, recuperação, conservação e sinalização de estradas e pontes, manutenção adequada do leito da ferrovia e área de domínio, bem como maior fiscalização pelos órgãos ambientais. Ainda estão previstos estudos sobre a qualidade da água, bem como levantamento da fauna e flora, totalizando mais de 35 projetos desenvolvidos gradativamente de acordo com a disponibilidade de pessoal e captação de recursos financeiros.
Devido ao volume de atividades a serem executadas, criou-se um Grupo Gestor, constituído pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, Copel, Sanepar, América Latina Logística, Perdigão, Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento, Instituto Ambiental do Paraná, Emater, Polícia Ambiental, Prefeituras de Ponta Grossa, Castro e Carambeí, Defesa Civil, Ponta Grossa Iate Clube, Iate Clube de Carambeí, Associação de Moradores do Alagados e ainda a participação de proprietários de áreas e produtores rurais.