Uma grande vitória contra o tabagismo

Votação dos deputados significou um alento para todos aqueles que lutam pela melhoria das condições de saúde da população
Publicação
21/09/2009 - 14:27
Editoria
Luiz Cláudio Romanelli A sociedade paranaense, por meio de instituições e personalidades, manifestou maciçamente, nos últimos dias, seu apoio à decisão da Assembléia Legislativa que baniu o uso do tabaco dos ambientes coletivos fechados em todo o Paraná. Essas manifestações reforçam em mim a certeza de que a votação esmagadora dos deputados significou um alento para todos aqueles que lutam pela melhoria das condições de saúde da população. Sinto-me gratificado por ter participado ativamente deste processo, mas cabe aqui lembrar que, além do meu projeto, houve projetos no mesmo sentido dos deputados Antonio Belinati e Stephanes Jr. e do próprio governador Roberto Requião, todos incorporados pelo substitutivo-geral elaborado pelo deputado Reni Pereira, que afinal obteve o voto de 36 deputados. A lei ora aprovada proíbe o fumo nos locais fechados e elimina os chamados “fumódromos”, que são, na prática, uma forma de se atentar contra o direito das pessoas de não respirarem fumaça de cigarro. Uma grande parte das manifestações de apoio que recebi elogia especificamente a proibição aos fumódromos. O Paraná vem, assim, juntar-se aos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Amazonas, que já haviam proibido o fumo em ambientes fechados. Também as cidades de Curitiba, Recife, Belém, Foz do Iguaçu, Londrina e João Pessoa adotaram legislação semelhante, exemplo que deve ser seguido em breve pelos municípios de Pelotas (RS), Aracaju (SE) e Campo Grande (MS), bem como pelos Estados do Espírito Santo, Rondônia, Maranhão e Pará. A mobilização social em prol da aprovação da lei anti-fumo tem um sentido que vai além da defesa dos direitos dos não fumantes. Por mais que os fumantes discordem, estamos agindo também por eles. Hoje 18% dos curitibanos são fumantes. Tenho certeza de que em pouco tempo esse índice sofrerá uma queda significativa. Cerca de 200 mil pessoas morrem por ano no Brasil em decorrência dos males causados pelo tabagismo. Nossa meta é contribuir para que esse número caia paulatinamente até a extinção total do uso do tabaco. É claro que ainda não estamos livres do cigarro, do charuto, do cachimbo. A indústria do fumo é muito forte no Brasil. A propaganda, por mais que atrelada por força de lei às advertências médicas, consome muitos milhões de reais. A técnica de se aliar o uso do tabaco a uma imagem de “glamour”, de aventura e de sucesso ainda garante muitos lucros aos empresários do setor. Por outro lado, sabemos que a única forma que esses empresários têm para substituir os consumidores mortos ou aqueles que abandonam o cigarro é conquistar novos adeptos do vício. Para eles, é uma questão de vida ou morte. Para nós, também. É uma luta do direito de vida das pessoas, inclusive dos fumantes, contra a morte representada pelo tabaco. O fato de tantas cidades e Estados terem aprovado leis de restrição ao fumo mostra que a consciência social anti-tabagista engendra um movimento potente e irreversível. Estamos ao lado da saúde, e isso é fácil de se entender. Os deputados estaduais paranaenses estão de parabéns pela decisão que tomaram. O futuro lhes será grato. Obtivemos uma vitória maiúscula na luta contra o tabagismo. Veremos em breve os resultados benéficos dessa decisão. Luiz Cláudio Romanelli é deputado estadual (PMDB) e líder do Governo na Assembléia Legislativa.