Os programas sociais de vendas de tratores, entre os quais o programa Trator Solidário, do Governo do Paraná, destaca-se como pioneiro, são os responsáveis pela manutenção de 40 mil empregos no País. A informação é do presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas (Abimaq), Francisco Matturro. Ele destaca que esses programas estão sustentando a venda de tratores e implementos no país, principalmente no Paraná.
Para Matturro, o Paraná liderou essa iniciativa, seguida pelo governo paulista, que criou o programa Pró-Trator, e o governo federal, que através do programa Mais Alimentos criou o Trator Popular. Com esses programas, os agricultores podem comprar tratores a preços muito inferiores aos de mercado e com condições facilitadas de prazo de pagamento e de juros.
Durante o Show Rural, realizado em Cascavel em meados de fevereiro deste ano, o discurso do presidente da New Holland, Valentim Rizziolli, reforça a avaliação da Abimaq. Segundo Rizziolli, os programas de tratores dos governos federal e estaduais estão ajudando a New Holland a manter algumas plantas industriais abertas e gerar empregos. No Paraná, a fábrica da New Holland está sediada na Cidade Industrial de Curitiba e gera 1.825 empregos diretos, que estão sendo mantidos mesmo em período de crise e queda nas vendas.
“Já entregamos mais de cinco mil unidades até hoje por causa dos programas sociais de venda de tratores, que estão ajudando as fábricas a se manterem na atividade neste período de crise”, afirmou Rizziolli em Cascavel.
Para o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, não fosse o setor de montagem de tratores, que está ativo, haveria demissões em massa na empresa.
Segundo o diretor do sindicato e funcionário da Case New Holland, Olário Krieger, a expectativa da empresa é fabricar 13 mil tratores neste ano com o programa Trator Solidário. “Não fosse esse programa do governo do Estado, a expectativa da empresa era fabricar abaixo de 10 mil tratores”, afirmou. Krieger disse ainda que o setor de montagem de colheitadeiras, que não tem auxilio do governo para incrementar as vendas, está passando por dificuldades e os funcionários estão em férias coletivas, com retorno marcado para o próximo dia 19.
Segundo Matturro, da Abimaq, não há dúvida de que o setor está sobrevivendo em função dos programas sociais. As vendas de máquinas agrícolas caíram desde setembro do ano passado, quando houve restrição ao crédito e a recessão se agravou. Além disso, o setor agrícola sentiu mais os efeitos da crise por causa do câmbio desvalorizado até outubro do ano passado, e também pela estiagem severa que atingiu o oeste dos estados do Paraná, Santa Catarina e o Rio Grande do Sul. “Não fossem os três programas sociais de incentivo à venda de tratores, estaríamos demitindo”, afirmou.
Trator Solidário - Criado pelo governador Roberto Requião, o programa financia ao agricultor familiar a aquisição de tratores com recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), com juros que variam de 2% a 5,5% ao ano, e prazo de pagamento de 10 anos, sendo dois deles de carência. Os equipamentos podem ser adquiridos por R$ 43.300 o trator de 55 CV de potência, e por R$ 52.900 o de 75 CV de potência.
Além das facilidades de crédito e de prazo de pagamento, o Governo do Paraná avaliza o financiamento da compra de tratores em equivalência-produto, com recursos do Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE). No momento da compra, o preço do bem é transformado em sacas de milho e o produtor sabe exatamente o valor da parcela a saldar desde o início até o final do financiamento. As oscilações no preço do milho são equalizadas por recursos do governo do Estado.
Trator Solidário evita demissões na indústria em período de crise
Em período de crise e queda nas vendas, o programa Trator Solidário, do Governo do Paraná, está mantendo os empregos na New Holland, segundo o presidente da empresa, Valentim Rizziolli
Publicação
13/03/2009 - 12:00
13/03/2009 - 12:00
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