Trator Solidário evita demissões na indústria em período de crise

Em período de crise e queda nas vendas, o programa Trator Solidário, do Governo do Paraná, está mantendo os empregos na New Holland, segundo o presidente da empresa, Valentim Rizziolli
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13/03/2009 - 12:00
Editoria
Os programas sociais de vendas de tratores, entre os quais o programa Trator Solidário, do Governo do Paraná, destaca-se como pioneiro, são os responsáveis pela manutenção de 40 mil empregos no País. A informação é do presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas (Abimaq), Francisco Matturro. Ele destaca que esses programas estão sustentando a venda de tratores e implementos no país, principalmente no Paraná. Para Matturro, o Paraná liderou essa iniciativa, seguida pelo governo paulista, que criou o programa Pró-Trator, e o governo federal, que através do programa Mais Alimentos criou o Trator Popular. Com esses programas, os agricultores podem comprar tratores a preços muito inferiores aos de mercado e com condições facilitadas de prazo de pagamento e de juros. Durante o Show Rural, realizado em Cascavel em meados de fevereiro deste ano, o discurso do presidente da New Holland, Valentim Rizziolli, reforça a avaliação da Abimaq. Segundo Rizziolli, os programas de tratores dos governos federal e estaduais estão ajudando a New Holland a manter algumas plantas industriais abertas e gerar empregos. No Paraná, a fábrica da New Holland está sediada na Cidade Industrial de Curitiba e gera 1.825 empregos diretos, que estão sendo mantidos mesmo em período de crise e queda nas vendas. “Já entregamos mais de cinco mil unidades até hoje por causa dos programas sociais de venda de tratores, que estão ajudando as fábricas a se manterem na atividade neste período de crise”, afirmou Rizziolli em Cascavel. Para o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, não fosse o setor de montagem de tratores, que está ativo, haveria demissões em massa na empresa. Segundo o diretor do sindicato e funcionário da Case New Holland, Olário Krieger, a expectativa da empresa é fabricar 13 mil tratores neste ano com o programa Trator Solidário. “Não fosse esse programa do governo do Estado, a expectativa da empresa era fabricar abaixo de 10 mil tratores”, afirmou. Krieger disse ainda que o setor de montagem de colheitadeiras, que não tem auxilio do governo para incrementar as vendas, está passando por dificuldades e os funcionários estão em férias coletivas, com retorno marcado para o próximo dia 19. Segundo Matturro, da Abimaq, não há dúvida de que o setor está sobrevivendo em função dos programas sociais. As vendas de máquinas agrícolas caíram desde setembro do ano passado, quando houve restrição ao crédito e a recessão se agravou. Além disso, o setor agrícola sentiu mais os efeitos da crise por causa do câmbio desvalorizado até outubro do ano passado, e também pela estiagem severa que atingiu o oeste dos estados do Paraná, Santa Catarina e o Rio Grande do Sul. “Não fossem os três programas sociais de incentivo à venda de tratores, estaríamos demitindo”, afirmou. Trator Solidário - Criado pelo governador Roberto Requião, o programa financia ao agricultor familiar a aquisição de tratores com recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), com juros que variam de 2% a 5,5% ao ano, e prazo de pagamento de 10 anos, sendo dois deles de carência. Os equipamentos podem ser adquiridos por R$ 43.300 o trator de 55 CV de potência, e por R$ 52.900 o de 75 CV de potência. Além das facilidades de crédito e de prazo de pagamento, o Governo do Paraná avaliza o financiamento da compra de tratores em equivalência-produto, com recursos do Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE). No momento da compra, o preço do bem é transformado em sacas de milho e o produtor sabe exatamente o valor da parcela a saldar desde o início até o final do financiamento. As oscilações no preço do milho são equalizadas por recursos do governo do Estado.

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