Transplante de medula óssea do HC será estendido para o interior do PR

O objetivo da Rede Paranaense de Terapia Celular é aumentar o número de transplantes de medula óssea em pelo menos 50%
Publicação
14/12/2004 - 00:00
Está formada a Rede Paranaense de Terapia Celular, que vai levar para o interior do Estado a técnica do transplante de medula óssea tendo como referência o Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. Um convênio assinado nesta terça-feira (14) entre a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI), as universidades estaduais de Londrina (UEL), de Maringá (UEM) e a UFPR permitirá aumentar o número de transplantes realizados no Paraná em pelo menos 50%. O convênio prevê ainda o desenvolvimento da pesquisa científica na área da terapia celular, considerada a mais importante no século 21. Segundo o secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldair Rizzi, a Rede Paranaense de Terapia Celular receberá R$ 4,5 milhões do Fundo Paraná, que serão divididos entre os hospitais universitários da UEL e UEM. Os recursos serão aplicados na compra de equipamentos médicos, no treinamento de pessoal especializado e na criação de um banco de doadores de medulas. O objetivo é iniciar o atendimento aos portadores de doenças malignas nos próximos dois anos. Toda a coordenação do projeto é do médico Ricardo Pasquini, considerado um dos maiores especialistas em transplantes de medula óssea no Brasil e no exterior. Mais leitos no interior - Os hospitais universitários da UEL e da UEM funcionarão inicialmente como unidades-piloto, podendo, futuramente, expandir os serviços de transplante para outras regiões do Estado. “O treinamento de pessoal exigirá cerca de um ano, mas esperamos fazer os primeiros testes ainda em 2005”, informou o diretor-superintendente do hospital da UEL, Francisco Eugenio Souza. “Existe uma grande demanda no Norte do Paraná para esse tipo de serviço médico”, disse ainda. As limitações impostas por planos de saúde e a remuneração insuficiente paga pelo SUS estão entre as principais causas dessa situação. No Brasil, estima-se cerca de mil novos casos com indicação de transplante de células tronco hematopoéticas (TCTH) por ano. No Paraná, o Hospital de Clínicas da UFPR, pioneiro na América Latina desde 1979, era o único centro especializado no tratamento das doenças hematológicas malignas e em deficiências genéticas, metabólicas e imunológicas. “A expansão desses serviços se deve à sensibilidade do governador Roberto Requião”, afirmou o secretário Aldair Rizzi no seu discurso de lançamento da Rede Paranaense de Terapia Celular, realizada no Hospital de Clínicas da UFPR. Para o reitor da UFPR, Carlos Augusto Moreira Júnior, “a implantação da rede é um sonho que se realiza a partir da universidade pública”. É, também, acrescentou, “o maior presente que a instituição poderia receber nos seus 92 anos de existência. Atendimento - O Serviço de Transplante de Medula Óssea do Hospital de Clínicas realizou, em 25 anos de existência, mais de 1.500 transplantes. Ao todo disponibiliza à população 16 quartos e 14 leitos, além de um ambulatório com características de Hospital-Dia, onde são atendidos pacientes de pré e pós TCTH e portadores de falência medular e de leucemia mielóide crônica. A equipe é formada por 140 profissionais diretos e 110 que atuam nos setores de apoio. Contudo, afirma a coordenação do projeto, esta estrutura não é suficiente para atender a demanda atual.