A senadora Marina Silva veio a Curitiba neste sábado (16) para o velório do corpo da médica pediatra e criadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns. Marina ressaltou o sentimento de perda e lembrou que a população deve lembrar que o trabalho iniciado por Zilda não deve parar. “Sabemos que as sementes que ela lançou sobre a terra vão dar frutos. Quando perdemos Chico Mendes, em um primeiro momento, havia uma sensação de desamparo. Neste momento, com a perda da Dra. Zilda, temos esta mesma sensação”, disse.
“Quando soube da morte dela, liguei para o Dom Moacir Vitti e ele me lembrou que Deus nunca explicou a dor. Jesus tão somente tentava ajudar na dor, e quando ele mesmo não pôde evitar, ele seguiu para ela. Zilda foi, fazendo aquilo que acreditava, ajudando os pobres, buscando a solidariedade dentro de uma igreja”, disse Marina.
Marina destacou que todos deveriam fazer um pouco do trabalho que Zilda fazia. “Se todos fizerem sua parte, quem sabe todos alcancem o tamanho dela. Não com a estatura, a grandeza, a destreza que ela tinha, mas da nossa forma pequena de fazer. Ela é a lição de alguém que foi capaz de viver o Evangelho”, destacou Marina.
Zilda Arns criou a Pastoral da Criança em 1983, em Florestópolis, cidade próxima a Londrina. A instituição está presente em 4.016 municípios do Brasil e acompanha 1,6 milhão de crianças e 95 mil gestantes. Em todo o mundo são mais de 300 mil voluntários. O trabalho da instituição é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde.
A fundadora da Pastoral da Criança morreu aos 75 anos vítima do terremoto que atingiu o Haiti na terça-feira (12). Ela estava na capital, Porto Príncipe, onde fazia palestra sobre o trabalho da Pastoral da Criança.