Trabalhadores pedem para que deputados aprovem os projetos do Governo

O objetivo, segundo líderes sindicais, é pressionar os parlamentares para aprovar os projetos de lei e, com isso, aumentar em até 21,5% os valores do piso estadual, além de criar uma política salarial permanente
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08/02/2010 - 18:22
Editoria
Representantes do movimento sindical, trabalhadores e membros da sociedade civil organizada lotaram as galerias da Assembleia Legislativa do Paraná, na tarde desta segunda-feira (8), para defender o reajuste e permanência do salário minimo regional. Mais de 800 pessoas acompanharam o vice-governador Orlando Pessuti na entrega das propostas do Governo do Estado aos deputados. O objetivo, segundo líderes sindicais, é pressionar os parlamentares para aprovar os projetos de lei e, com isso, aumentar em até 21,5% os valores do piso estadual, além de criar uma política salarial permanente. “O apoio da classe trabalhadora mostra que estamos no caminho certo. O governador Roberto Requião mantém uma relação muito próxima com os sindicatos, baseada no diálogo franco e aberto. Junto com eles, discutimos e buscamos novas soluções para problemas antigos. Todos os anos chamamos os trabalhadores para participar da elaboração dos reajustes para o salário mínimo, que acreditamos ser uma política de distribuição de renda. Este ano a participação se estendeu e deve aumentar até a aprovação das propostas, que eu acredito que serão aceitas pelos deputados estaduais”, revela o secretário do Trabalho, Emprego e Promoção Social, Nelson Garcia. Segundo o representante da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep), Jairo Correa de Almeida, as famílias que moram no campo sentem mais rápido o impacto positivo e aumentam o consumo nas pequenas e médias cidades do Interior. “Os trabalhadores ganham mais e podem gastar mais, seja na vendinha da esquina, na compra de uma máquina nova, ou de roupa para os filhos. Assim que o salário cai na conta, já tem destino certo e movimenta a economia local”, explica. Para o presidente da Força Sindical do Paraná, Sérgio Butka, este ciclo de consumo e produção, impulsionado pelo aumento no poder aquisitivo, é a maior vantagem do piso regional. “O mais interessante é que o salário minimo paranaense não favorece apenas quem tem direito a ele, ou seja, os trabalhadores não organizados em classe ou sem acordo coletivo de trabalho. O piso estadual gera emprego, renda e qualidade de vida para todos. Basta pensar que se um fabricante de bicicleta vende mais, porque agora tem mais pessoas com dinheiro para comprar seu produto, ele vai ter que produzir mais. Para isso, terá que contratar mais empregados e esse novo funcionário vai poder comprar outras coisas e assim por diante”, ressalta ele. O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-PR), Roni Barbosa, lembra que o salário mínimo paranaense também contribui para as negociações salariais das mais diversas categorias “puxando para cima” os valores pagos. “Com o piso, todos os trabalhadores, mesmo os que têm salário definido em convenção, ganham mais. Usamos o piso estadual como referencia para os aumentos anuais e somos indiretamente beneficiados”, conta. De acordo com o diretor da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-PR), Zenir Teixeira, tornar o piso regional permanente é garantir que os avanços alcançados com ele não sejam perdidos. “Quando o salário paranaense foi criado, muitos empresários ameaçaram demitir. Isto não aconteceu. Ao contrário, o Estado bateu recordes em geração de empregos e hoje somos lideres em criação de vagas de trabalho com carteira assinada. Nossos deputados não podem permitir retrocessos neste sentido”, defendeu ele. Para o presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores do Paraná (NCST), Denilson Pestana, a Proposta de Emenda Constitucional que cria uma política salarial e determina os critérios a serem usados nos reajustes futuros favorecem empregados e empregadores. “Hoje temos um governador com visão em defesa da classe trabalhadora. Amanhã ou depois podemos ter um governante com outra posição. Com a PEC teremos direitos garantidos e regras claras. O trabalhador fica mais seguro e o empresário terá como se adaptar com antecedência”, disse Pestana.