Trabalhadores em coleta e reciclagem do lixo se unem na Região Noroeste

O Arranjo Produtivo Solidário (APS) da Região Noroeste deve garantir maiores lucros e mais empregos
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23/04/2009 - 11:50
Editoria
Trabalhadores na coleta seletiva e reciclagem de lixo vão se unir para formar o Arranjo Produtivo Solidário (APS) da Região Noroeste. O objetivo é desenvolver ações conjuntas para garantir maiores lucros e mais empregos. A iniciativa vai envolver os municípios que fazem parte dos escritórios regionais da Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Promoção Social em Campo Mourão, Cianorte, Maringá, Paranavaí e Umuarama. A escolha se deve ao forte impacto da crise financeira mundial na atividade. Com desvalorização de até 80% no preço dos materiais recicláveis, a margem de lucro das empresas de reciclagem caiu e fez aumentar o desemprego no setor. Segundo o Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis, os ganhos foram reduzidos devido à queda nos valores pagos pelo papelão, metal e garrafas pet. De acordo com o secretário Nelson Garcia, os problemas enfrentados pelos trabalhadores de coleta e reciclagem de lixo mostram que a crise tem efeitos econômicos, sociais, e até mesmo ambientais. “A preocupação é, principalmente, com os catadores que não estão organizados em associações ou cooperativas. Eles são mais afetados porque recebem ainda menos dos atravessadores, que compram o lixo para revender às recicladoras. São estes catadores que recolhem grande parte do lixo que produzimos em nossas casas.”, explica. Para Garcia, os Arranjos Produtivos Solidários e as políticas públicas voltadas para a atividade podem amenizar a situação. Um exemplo é o decreto assinado pelo governador Requião, que destina todo material reciclável gerado pelos órgãos públicos estaduais, autarquias e empresas públicas às associações e cooperativas de catadores. APSs - Os Arranjos Produtivos Solidários assimilam os fundamentos da economia solidária e alguns procedimentos existentes nos Arranjos Produtivos Locais. Desta forma, reúnem trabalhadores envolvidos em um mesmo segmento, ou em atividades complementares, da mesma região, para reduzir custos através do trabalho em escala. O coordenador de Geração de Emprego e Renda da Secretaria, Sérgio Athayde, adianta que novos APSs de reciclagem de lixo devem ser organizados no Estado. “O Governo do Paraná está atento aos problemas no setor e preocupado com a situação dos catadores. A Secretaria do Trabalho vai oferecer todo o suporte técnico necessário e acompanhar a evolução das atividades na Região Noroeste e, em breve, nas demais cidades paranaenses”, explicou.