Trabalhadores e empresários voltaram a discutir o reajuste do piso na Assembléia

Caso seja aprovado, o piso terá reajuste entre 9,5% e 21,5%; dessa forma, os salários passariam da faixa entre R$ 605,52 e R$ 629,45 para valores entre R$ 663,00 e R$ 765,00
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19/03/2010 - 18:50
Editoria
Representantes das federações dos empresários e dos trabalhadores voltaram a se reunir nesta sexta-feira (19), no salão nobre da Assembleia Legislativa, para discutir o reajuste do piso regional. A iniciativa foi do relator da proposta, deputado Luiz Claudio Romanelli, após a audiência pública que deveria ter debatido o tema na quinta-feira (18) ter sido interrompida sob vaias pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça, deputado Durval Amaral. A reunião foi conduzida pelo presidente do Ipardes, Carlos Manuel dos Santos.
Caso seja aprovado, o piso terá reajuste entre 9,5% e 21,5%. Dessa forma, os salários passariam da faixa entre R$ 605,52 e R$ 629,45 para valores entre R$ 663,00 e R$ 765,00. O piso deve injetar na economia paranaense cerca de R$ 150 milhões por mês e beneficiar direta e indiretamente 1,2 milhão de pessoas.
Trabalhadores e empresários pediram que as audiências que estavam marcadas para a próxima semana, em Londrina e Maringá, sejam mantidas, apesar de Amaral ter declarado o cancelamento. Romanelli afirmou que irá manter as próximas audiências. Os empresários comprometeram-se a encaminhar ao relator uma carta conjunta de propostas sobre o piso na quarta-feira (24).
O presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap), Ardisson Akel, solicitou ainda que o município de Pato Branco, no sudoeste do estado, também seja incluído na agenda de audiências. “A sociedade se organizou e os deputados devem respeitar nosso consenso quanto a continuidade das audiências”, reafirmou.
Para o coordenador de Estudos, Pesquisas e Relações do Trabalho da Secretaria de Trabalho, Emprego e Promoção Social, Nuncio Mannala, é importante que todos sejam ouvidos e que questões sensíveis como categorias cujo acordos coletivos que ficaram abaixo do piso sejam analisadas por empregados e empregadores para garantir o pagamento do mínimo. “Precisamos buscar soluções, que todos tenham voz, não queremos vencedores e vencidos, o governo pode mediar um consenso”, salientou.
Também estiveram presentes na reunião representantes da Força Sindical, Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Associação Comercial do Paraná (ACP) e Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio).