Cerca de 160 mil testes de DNA para detecção de um tipo raro de câncer em crianças, e com grande incidência no Paraná, já foram realizados pela equipe do Instituto Pelé Pequeno Príncipe, de Curitiba, como parte de um projeto apoiado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, no valor de R$ 500 mil. Se detectado precocemente, através de um exame de DNA em recém-nascidos, o câncer de córtex adrenal ou câncer das glândulas supra-renais tem até 100% de chance de cura, de acordo com o coordenador da pesquisa, médico Bonald Figueiredo.
Embora raro em outros países e em outros estados brasileiros, esse tipo de câncer tem uma incidência no Paraná entre 12 e 18 vezes maior do que a média mundial, e pode ou não ser herdado de um dos pais: se a mãe é paranaense, a chance de a criança apresentar a mutação no gene p53 é em torno de um em cada 1.500 casos. Durante a pesquisa desenvolvida pelo Instituto Pelé Pequeno Príncipe na Região Metropolitana de Curitiba, os exames de DNA foram oferecidos gratuitamente à população nas maternidades.
Hoje, cerca de 50% das crianças que têm o TCA (tumor de córtex adrenal) não sobrevivem porque o diagnóstico é feito tardiamente. Uma das medidas capazes de mudar essa realidade seria incluir o exame de DNA no Teste do Pezinho, que é obrigatório por lei em todo o território nacional, defende o médico Bonald Figueiredo. Em 2007, nenhuma das 150 mil crianças que nasceram no Paraná teve doenças genéticas como a Fenilcetonúria, responsável por retardo mental, detectada durante o tradicional Teste do Pezinho, compara. Se o câncer de córtex adrenal for diagnosticado, a criança deverá se submeter a uma cirurgia e receber acompanhamento até os 15 anos de idade.
Exame - O exame de DNA em recém-nascidos é fundamental para a identificação de crianças que poderão desenvolver a doença e também para descobrir os fatores genéticos e ambientais que interagem para produzir o câncer de córtex adrenal. Segundo o médico Bonald Figueiredo, a mutação também ocorre no Estado de São Paulo, mas em menor escala, e praticamente não existe nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Por isto, um amplo estudo e mapeamento do Estado do Paraná, que utiliza a tecnologia da geomedicina, vem sendo realizado com a finalidade de aprofundar as pesquisas na área e verificar se algum elemento do meio ambiente está influindo na contaminação da água ou dos alimentos.
O exame de DNA permite avaliar os ascendentes responsáveis pela transmissão da mutação. É o caso da menina K.B., de um ano e 11 meses, cujo teste realizado ainda numa maternidade de Almirante Tamandaré, Região Metropolitana de Curitiba, já havia indicado mutação genética no gene p53. Operada para retirada de um tumor na glândula supra-renal esquerda no dia 17 deste mês, dois dias depois entrar na emergência do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, a menina tem, segundo o médico Bonald Figueiredo, 99% de chances de cura. Inicialmente, ela será avaliada todos os meses, depois de quatro em quatro meses. Ao mesmo tempo, será construída a árvore genealógica da família, para estudos científicos.
Teste de DNA detecta câncer infantil raro de grande incidência no Paraná
Aproximadamente 160 mil testes de DNA para detecção de um tipo raro de câncer em crianças já foram realizados pela equipe do Instituto Pelé Pequeno Príncipe, de Curitiba, como parte de um projeto apoiado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, no valor de R$ 500 mil.
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25/04/2008 - 11:53
25/04/2008 - 11:53
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