Tecnologias sociais de baixo custo foram mostradas para cerca de 120 carrinheiros de diversas regiões do Paraná durante o 1º Encontro Tecnológico dos Catadores em Reciclagem, realizado nesta sexta-feira (30) no Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), em Curitiba. A iniciativa do governo do Estado foi uma oportunidade para ouvir as dificuldades dos catadores e para apresentar uma nova máquina de prensa de lixo. Em apenas um mês, os técnicos do instituto realizaram o diagnóstico, coletaram informações, compraram uma prensa e iniciaram as adaptações apresentadas aos carrinheiros durante o evento. Com materiais usados pelos catadores de lixo - como madeira e ferro - foi possível modificar o equipamento, que será testado agora pelas associações. Os técnicos acreditam que em dois meses o novo equipamento esteja disponível e facilite o serviço de prensagem do material coletado. Manutenção, facilidade de manuseio, armazenamento e o não uso de motores elétricos foram alguns itens do projeto. Além de garantir um investimento mais baixo, em torno de R$ 2 mil, a máquina garante uma melhor compactação. “Nossa vida é a coleta. É do lixo reciclável que tiramos nosso sustento”, afirmou o vice-presidente da Associação dos Coletores de Resíduos de Pontal do Paraná, Josué Lopes. “Esse encontro foi muito importante porque debatemos nossos problemas e conhecemos uma prensa melhor e mais econômica, o que sem dúvida vai ajudar os carrinheiros”. Alternativas - As prensas usadas atualmente no processamento de lixo reciclável são elétricas e custam mais que R$ 14 mil. “Vamos estudar outras alternativas também, como uma mesa de separação das embalagens, por exemplo, sempre tentando encontrar onde a tecnologia pode ajudar”, explicou o engenheiro do Tecpar, Gilmar Andreatta. O encontro foi uma das atividades previstas pelo projeto “Desenvolvimento e Divulgação de Tecnologias Sociais”, financiado pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e que está sendo realizado em conjunto com a Secretaria de Estado do Trabalho e Ação Social e o Instituto do Lixo e Cidadania. Divisão - O Tecpar já desenvolveu dois projetos sociais e agora tem na sua estrutura uma divisão para tratar do assunto, criada para oferecer novas alternativas e propor inovações. Realizados há cerca de dois anos, os projetos de Biossistemas Integrados (BSI) e o Neociclagem de Embalagens atendem a uma grande demanda da sociedade. “Queremos desenvolver técnicas e processos em parceria. É a política de tecnologia social da Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia”, falou o coordenador de C&T da secretaria Ricardo Costa de Oliveira. A diretora do Instituto do Lixo e Cidadania, Edna Camilo Dantas, destacou a importância de se olhar o catador como um trabalhador e elogiou a iniciativa do governo.