Técnicos debatem cultura do girassol para biodiesel

Nesta safrinha de inverno foram instaladas 35 unidades de pesquisa em 370 hectares e em julho serão cultivados mais 40 hectares
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30/06/2005 - 09:50
Editoria
Transformar biomassa de plantas oleaginosas em biodiesel é uma das metas do Programa Paranaense de Bionergia criado em 2003 e apresentado nesta semana em Jaguapitã para 55 técnicos da iniciativa oficial e privada, além de autoridades e lideranças da região, convidados do Dia de Campo de Girassol no Sítio Bandeirantes, numa promoção do Governo do Paraná, Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, Emater, Iapar, Embrapa-Soja, com apoio da Prefeitura Municipal de Jaguapitã e Cooperativa Agroindustrial Corol. A área faz parte das primeiras 35 unidades de pesquisa com girassol instaladas na safrinha de inverno em parceria com agricultores familiares. No total são 370 hectares de girassol, distribuídos nas regiões Norte em solo de basalto, Noroeste em solo de arenito e Oeste (região esta que tem recomendação técnica da Embrapa-Soja para cultivo da safrinha nos meses de fevereiro e março). Para Richardson de Souza, coordenador do programa estadual pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, os experimentos contemplaram a cultura do girassol “por se apresentar excelente alternativa de renda e emprego na pequena propriedade, atender as finalidades alimentícias e ser matéria-prima para produção de biodiesel”. Richardson lembra ainda da instalação de mais 40 hectares de experimentos para dar continuidade nos experimentos nas regiões Oeste e Sudoeste com plantio da safra intermediária de julho e agosto, já que o Paraná não tem tradição na cultura e produtor rural necessita de informações tecnológicas confiáveis, “inclusive zoneamento demarcado e agrotóxicos específicos, a serem definidos pela Embrapa-Soja”. Safrinha - Segundo o extensionista Wilson Lopes da Silva, da Emater local, Jaguapitã faz parte dos municípios que estão entrando na safrinha de inverno com girassol. São nove produtores cultivando 656 hectares, plantados em março e maio, com colheita prevista para julho e agosto. Por estar em área de solo de transição, Silva avalia que pelas condições de clima e manejo da cultura, a produtividade esperada nas lavouras de arenito é de 1,2 mil kg por hectare e nas de basalto é de 1,5 mil kg. Para o extensionista a cultura está se comportando bem nos dois solos; apresentou a doenças causadas por fungos sem riscos pelo aparecimento no estágio de enchimento de grãos; é lavoura de custo de produção baixo, em torno de R$ 500,00 o hectare e tem potencial de boa remuneração pelo preço de U$S 11,00 a saca de 60 kg. “É uma alternativa viável para o município por não ter problemas de mercado, mas ainda em fase de experimentação pela falta de dados técnicos da pesquisa agronômica”, alertou Silva.

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