As usinas operadas pela Copel tiveram em 2005 a menor taxa de falhas já registrada pela empresa em 12 anos de observação. Isso quer dizer que durante o ano que passou, foram bem poucas às vezes em que, havendo demanda pelo mercado consumidor, alguma das 17 hidrelétricas da estatal paranaense não estava integralmente disponível por conta de alguma falha.
Segundo os levantamentos da Superintendência de Operação e Manutenção da Geração - setor da Copel que zela pelo perfeito funcionamento das usinas -, a taxa de falhas em 2005 foi de 1,18 nas grandes instalações, assim consideradas as unidades geradoras com potência superior a 10 megawatts, e de 7,20 nas PCHs (pequenas centrais hidrelétricas).
A grandeza expressa pela taxa representa o número de falhas verificadas por ano.
Escala - A diferença de escala entre os números, esclarece o gerente da área, Romano Laslowski, é explicada pela maior quantidade e também pela antigüidade dos conjuntos geradores com potência inferior a 10 megawatts, que operam há muito mais tempo e, por essa razão, estão bem mais sujeitos a falhas. Um exemplo é a hidrelétrica Pitangui, localizada nas imediações de Ponta Grossa, que tem 760 quilowatts de potência e é a mais antiga do patrimônio da Copel, tendo iniciado operação em 1911.
“Todo equipamento eletromecânico está sujeito a falhar”, pondera o superintendente. “Um automóvel ou eletrodoméstico pode, em dado momento, apresentar uma anomalia e não funcionar como era esperado”. Essa comparação, diz Romano, serve igualmente para uma unidade de geração de eletricidade, onde a possibilidade de haver problemas também existe.
Queda - Em 1994, quando a Copel começou a avaliar o grau de disponibilidade e desempenho de suas grandes hidrelétricas medindo a taxa de falhas, o índice registrado chegou a 4,73. “Desde então, conseguimos reduzir a taxa de falhas em 75%, o que pode ser interpretado como a cada grupo de 4 falhas eliminar 3, reduzindo o risco de indisponibilidade na nossa capacidade de geração”, compara Romano.
A taxa de falhas nas pequenas hidrelétricas começou a ser monitorada e acompanhada a partir de 1996, quando foi apurado um índice de 26,35. “Aqui também a redução foi muito expressiva e a taxa atual não chega a 30% do que era há dez anos”, sublinha Romano Laslowski.
Prevenção - A receita do sucesso, conta o superintendente, é a crescente especialização da Copel na atuação preventiva, onde as eventuais causas de problemas são corrigidas antes mesmo que se manifestem. “Além disso, é preciso ter o comprometimento de todo o pessoal envolvido na atividade de manutenção e operação na busca da melhoria contínua e por resultados cada vez melhores”, observa.
Outros fatores que ajudaram sobremaneira na redução das taxas de falhas nas usinas foram a automação e modernização dos equipamentos e comandos das usinas, processo iniciado em 1994 e que hoje só não alcançou ainda as usinas de Apucaraninha (onde os trabalhos serão iniciados este ano) e a veterana Pitangui.