Os produtores rurais estão assustados com o elevado custo de produção de soja transgênica. Em todo o país, registra-se o desencanto com as promessas de que a produção de grãos geneticamente modificados seria positiva para a sojicultura brasileira. Informações divulgadas por federações de agricultura e informes de agências especializadas no agronegócio indicam que é muito baixa a procura por sementes de soja transgênica.
O presidente da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg) , Macel Caixeta, diz que o uso da soja transgência vai elevar os custos da produção deste grão em até 4,3%. A Monsanto cobra R$ 0,88 pelo quilo da semente certificada, o que corresponde, segundo a empresa, a uma remuneração de royalties de R$ 50 por hectare. Caso o produtor plante o grão geneticamente modificado que possui ou compre no mercado paralelo, também terá de pagar 2% sobre o valor da produção identificada como transgênica.
Macel diz que, na nesta semana, uma comissão de representantes da agricultura se reuniu com a Monsanto na tentativa de baixar os custos, mas não se chegou a um consenso. “Eles querem receber os royalties de todo mundo”, relata. Além disso, ele explica que somente os produtores que assinaram o Termo de Ajuste e Controle (TAC) do Ministério da Agricultura podem plantar soja transgênica. O plantio de soja transgênica não certificada acarretará ao produtor punições conforme a legislação vigente.
Para Macel Caixeta, o produtor deve fazer as contas e avaliar se vale a pena plantar ou não soja transgênica. Segundo ele, a Monsanto afirma que o custo de produção da lavoura proveniente de sementes geneticamente modificadas é mais barato. “Como produtor eu ainda prefiro as sementes sem alterações genéticas.” Mesmo as sementes produzidas pela Embrapa que contêm a tecnologia Roundup Ready (RR) devem pagar pela patente do produto.
Segundo o presidente da Agência Rural, José Mario Schreiner, deverão ser disponibilizadas para o mercado cerca de 19 mil toneladas de sementes dessas variedades. “Isso é um número pequeno; representa apenas 10% da demanda”.
Soja transgênica terá alta de custo de 4,3%
Previsão é do presidente da Federação da Agricultura de Goiás (Faeg), Macel Caixeta
Publicação
18/08/2005 - 17:29
18/08/2005 - 17:29
Editoria