Software livre é alternativa para combater pirataria

Circuito Paranaense, que terá edição em Guarapuava na sexta-feira e no sábado, é uma oportunidade para as pequenas empresas e prefeituras saírem da ilegalidade
Publicação
30/05/2006 - 15:40
Editoria
De cada 100 programas de computador vendidos no Brasil, 64 são piratas, o que representa um prejuízo de US$ 766 milhões. Esta é a conclusão de uma pesquisa da BSA – Business Software Alliance. Além de dar prejuízo, a pirataria é crime. Segundo a Lei Nacional do Software, quem usar programas falsificados pode ser multado em até três mil vezes o valor do produto e condenado à detenção de até dois anos. Micro e pequenas empresas, prefeituras de pequenos municípios e demais interessados têm neste final de semana uma chance de passar a utilizar software legal e, ainda por cima, de graça. O Circuito Paranaense de Software Livre chega à Guarapuava com palestras e oficinas que ensinam os participantes a operar programas como BrOffice (editor de textos, planilhas e apresentações), Xoops (gerenciador de portais), entre outros. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no www.circuito.pr.gov.br Não é só o curso que é de graça. O BrOffice e o Xoops são exemplos de softwares livres – programas que geralmente não exigem o pagamento de licença para uso. “O software livre é uma alternativa econômica e de qualidade para quem quer respeitar a lei mas não está disposto a pagar pequenas fortunas por programas de computador”, opina o presidente da Celepar – Informática do Paraná, Marcos Mazoni. A Celepar é a realizadora do evento junto com as secretarias de Assuntos Estratégicos e Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, com o apoio da Prefeitura de Guarapuava e organização da Universidade do Centro-Oeste - Unicentro. O preço elevado de sistemas como Windows parece ser uma das razões que motiva o uso de versões piratas. O custo do Windows XP Professional Edition e do Office 2003 Professional em português – o “kit básico” de qualquer firma – varia entre R$ 1.580 e R$ 2.500. É necessário pagar uma vez esse valor para cada computador que rodar os programas. Mazoni garante que, com o software livre, o usuário pode conseguir o mesmo desempenho que teria com os programas pagos. “O circuito é a chance para conhecer melhor essa tecnologia aberta. Quem quiser pode vir e trazer toda a empresa, amigos, familiares e interessados”, recomenda. Software Livre - A principal característica do software livre é que, ao contrário dos sistemas Windows, ele tem o código-fonte aberto. Ou seja, é possível ver a estrutura do programa, saber como ele foi feito e melhorá-lo. Os chamados “programas de código aberto” são construídos por milhares de programadores espalhados pelo mundo, que há anos desenvolvem tecnologias alternativas na tentativa de quebrar o monopólio existente no ramo de informática. “Usar software livre é ser capaz de adaptar o programa às suas necessidades, e não o contrário, como geralmente acontece”, resume o diretor do Centro de Computação Científica e Software Livre da Universidade Federal do Paraná, Marcos Sunye. Circuito - O Circuito já passou por Jacarezinho, Londrina e Maringá, reunindo cerca de 700 pessoas no total. Houve uma grande presença de professores graças às palestras sobre o Dia-a-dia Educação (www.diaadiaeducacao.pr.gov.br), um portal que compartilha produções acadêmicas e técnicas de aula escritas por educadores de todo o Paraná. Depois de Guarapuava, o Circuito vai para Umuarama (4 e 5 de agosto), Cascavel (18 e 19) e Ponta Grossa (25 e 26), terminando em Paranaguá (1 e 2 de setembro).