Depois de um ano de retomada da ferrovia (Guarapuava-Cascavel) não são apenas os produtores do Oeste e Sudoeste do Paraná que têm motivos para comemorar. A retomada do plano de expansão da linha férrea, extrapolando os limites do Estado e as fronteiras do país, é um dos alicerces desta nova fase da Ferroeste. De acordo com o presidente Samuel Gomes, após longo debate o governo federal alinhou-se com o Paraná e escolheu o percurso Guarapuava-Engenheiro Bley como solução para o gargalo representado pela centenária ferrovia entre Guarapuava e Ponta Grossa.
O trecho em questão representa um obstáculo ao desenvolvimento do projeto ferroviário do Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina. “O governador do Mato Grosso do Sul adotou a nossa ferrovia como a obra mais importante para o seu Estado, reivindicando a sua construção de Cascavel-Guaíra-Mundo Novo-Dourados-Maracaju, para o que propôs ao governador Requião a constituição de grupo de trabalho entre técnicos dos dois estados, e envolveu o Codesul [Conselho de Desenvolvimento dos Estados do Sul] no apoio à proposta”, informa Samuel.
MOÇÃO - O apoio do Codesul veio com a aprovação da Moção Ferroeste, firmada pelos quatro governadores, na última reunião do conselho, em 18 de outubro em Curitiba, defendendo a inclusão no PNLT (Plano Nacional de Logística de Transportes) e no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) da construção de um conjunto de trechos, denominado Corredor Oeste, ligando por ferrovia Maracaju-Dourados-Mundo Novo-Guaíra-Cascavel-Guarapuava-Curitiba-Paranaguá.
O senador Valter Pereira (PMDB-MS) propôs emenda ao PPA (Plano Plurianual) do Governo Federal, aprovada pela Comissão de Serviços de Infra-Estrutura do Senado, destinando R$ 1,3 bilhão à construção da ferrovia de Cascavel (PR) a Maracaju (MS). A bancada federal do Mato Grosso Do Sul também propõs emenda ao PPA no mesmo sentido, no valor de R$ 1,5 bilhão.
INTERNACIONAL – A Ferroeste também vem atuando numa frente ferroviária internacional para a interligação ferroviária do Brasil com Paraguai, Argentina, Uruguai e Chile. “O Paraguai elegeu a interligação ferroviária com o Paraná uma das prioridades nacionais, o que determinou que, no último encontro entre os presidentes Lula e Nicanor, fosse criado Grupo de Integração Logística Brasil-Paraguai. Na segunda reunião, em 30 de julho em Assunção, o Itamaraty e o Ministério das Relações Exteriores do Paraguai decidiram que o governo brasileiro colocará o BNDES para viabilizar a ferrovia Cascavel-Foz do Iguaçu”, diz Samuel Gomes.
A inclusão da ferrovia na segunda ponte unindo os dos país na região de Foz vai possibilitar a interligação ferroviária do Paraná com o Paraguai. O trecho até a fronteira é necessário para conformação do Corredor Ferroviário Bioceânico Paranaguá/Pontal do Paraná – Antofagasta - Mejillones del Sur (Chile).
A Ferroeste também demanda esforços para avançar na integração latino-americana. A empresa paranaense foi escolhida pela Associação Latinoamericana de Ferrovias (Alaf) para organizar o Seminário do Corredor Bioceânico Paranaguá/Pontal do Paraná-Antogasta/Mejillones del Sur, evento organizado sob os auspícios do Grupo de Integração Logística Brasil-Paraguai, que será realizado em Curitiba, em junho de 2008 em conjunto com a Assembléia Regional na América Latina da UIC (União Internacional de Ferrovias). Samuel foi escolhido, em 14 de novembro em Montevidéu, vice-presidente da UIC na América Latina e vai coordenar o Fórum Corredores Ferroviários Bioceânicos na página da entidade (www.alaf.int.ar).