A Mineropar, empresa pública do governo do Paraná, desenvolveu o Sistema de Informações “Mina”, que vai permitir o acesso simultâneo de usuários a dados, metadados e informações armazenadas em meio digital sobre os serviços geológicos no Estado. O sistema atenderá prioritariamente os técnicos da empresa e vai proporcionar o intercâmbio e a divulgação de dados e informações com instituições e órgãos do Paraná ligados à rede de alta velocidade. Os tipos de dados espaciais utilizados pelo Mina são os vetoriais e raster. Os dados vetoriais são obtidos através de GPS, restituição de fotografias aéreas, cartas planialtimétricas em meio digital e outros meios. Já os dados raster são constituídos por imagens georreferenciadas obtidas através de sensoriamento remoto. Os dados georreferenciados representam as unidades geológicas e geomorfológicas, o cadastro de atividade mineral, os limites municipais, as áreas de preservação ambiental, os limites de direitos minerários, a infra-estrutura, a hidrografia, a altimetria, as imagens de satélites e de solos de todo o Paraná, obtidas através do trabalho dos técnicos da Mineropar e de outras instituições. Na implementação de metadados (dados sobre dados) foram adotados os padrões estabelecidos em Content Standard for Digital Geoespatial Metadata – FGDC-STD-001-1998, semelhantes aos adotados pelo Consórcio OpenGIS, testados, adequados e utilizados por vários anos em diversas empresas e instituições em todo o mundo. O geólogo da Mineropar e autor do Mina, Donaldo Cordeiro da Silva, destaca que o sistema de informações terá a capacidade de atualizar e manter dados de forma lógica, integrada e consistente ao longo do tempo, em conformidade com os padrões pré-definidos, e suportar diversos procedimentos genéricos, envolvendo dados e informações. “Os dados de trabalho poderão ser alterados no processamento, resultando em novos dados, nos formatos vetor e raster ou, dependendo do software utilizado, arquivos com estruturas específicas. Estes novos dados poderão ou não serem mantidos na base de dados, sofrerem conversões, ou resultarem em documentos específicos”, explica o geólogo. SOFTWARE LIVRE – De acordo com o geólogo da Mineropar, o alto custo envolvido na aquisição dos sistemas de informações comerciais, justifica a utilização de tecnologias baseadas em fonte aberta e software livre. Segundo ele, esta solução, embora necessite de um período mais longo para o desenvolvimento do sistema, apresenta vantagens financeiras, além de adequação às necessidades dos usuários e de potencial de aplicações especializadas. A possibilidade de preservar as informações geológicas do Estado e utilizar dados em meio digital de forma consistente, acessível, segura e documentada pelos técnicos da Mineropar ficou clara na década de 90 com o advento dos Sistemas de Informações Geográficas (SIGs). Nessa década, tanto a contratação de empresas especializadas, a aquisição de pacotes comerciais ou de sistemas de mercado esbarraram nos altos custos dessas tecnologias. A partir de meados de 2003, como alternativa aos sistemas comerciais, a Mineropar optou pelo desenvolvimento de um sistema baseado em recursos de baixo custo para armazenar suas pesquisas. Uma solução muito difundida no Paraná utiliza servidores de imagens que, respondem à consulta via internet, enviam uma imagem do tamanho fixo nos formatos GIF ou JPEG, representando temas pré-definidos e, em alguns casos, os atributos selecionados. A necessidade de um sistema mais complexo e abrangente dos técnicos da Mineropar em armazenar e recuperar informações relativas a objetos espaciais e seus atributos e gerenciar de forma integrada e transparente para os usuários os dados espaciais, culminou com a finalização do desenvolvimento, em 2007, do Sistema de Informações Mina.