Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba comemora 90 anos

O vice-governador Orlando Pessuti participou na noite da quinta-feira (28) do evento
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29/01/2010 - 10:21
Editoria
O vice-governador Orlando Pessuti participou na noite da quinta-feira (28) do evento comemorativo aos 90 anos do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba. “A parceria com o Sindicato é fundamental para seguirmos adiante nas nossas propostas e projetos, que procuram atender a classe trabalhadora. Queremos a cada dia fortalecer nossa ação conjunta de trabalho, que tem levado bons resultados ao povo do Paraná”, afirmou Pessuti. Segundo ele, o Paraná está vivendo um processo de reengenharia do ponto de vista econômico e social. “A área metalúrgica ocupa um espaço importante neste contexto e precisa estar cada vez mais forte para que possa atender aos seus parceiros e nos ajudar na implementação de políticas de valorização do trabalhador”. O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba foi fundado em 28 de janeiro de 1920, quando um grupo de funcionários da empresa Müller Irmãos instituiu a Liga Internacional dos Fundidores do Paraná. Hoje, são 22 mil associados na Capital e Região Metropolitana. “Aqueles que fundaram o Sindicato nos ensinaram a preservar e a respeitar a nossa história. Soubemos então somar a história do antigo e do novo, e aprendemos com aqueles que tinham uma linha política diferente. Foi o respeito às opiniões que nos fizeram encontrar maneiras para crescermos”, disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba e da Força Sindical no Paraná, Sérgio Butka. Para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, Clementino Tomaz Vieira, e para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres, o sindicato em Curitiba é um exemplo de força e de luta. “Curitiba dá um exemplo de organização ao Brasil. Foi a primeira categoria a se levantar contra os reflexos da crise econômica mundial, conseguindo garantir muitos empregos”, afirmou Torres. SALÁRIO REGIONAL - Pessuti destacou o Projeto de Emenda Constitucional (PEC) que propõe transformar em lei o programa do salário mínimo regional do Paraná, implantado pelo governador Roberto Requião em 2006. A PEC será encaminhada a Assembleia Legislativa no dia 08 de fevereiro. Na mesma data será entregue a proposta de reajuste de valores para 2010, que prevê aumento entre 9,5% e 21,5%, fazendo com que o salário mínimo no Paraná passe a variar entre R$ 663 e R$ 765. O piso regional paranaense destina-se às categorias não sindicalizadas. “A intenção não é apenas corrigir o valor do piso regional, mas estabelecer, em conjunto com a Assembleia Legislativa, a classe trabalhadora e os empregadores, uma política permanente de reajuste”, afirmou o vice-governador. “À medida que distribuímos mais renda, aumentamos o poder de compra do trabalhador. Com mais consumo, há mais produção pela indústria e agricultura, mais vendas no comércio, formando um circulo virtuoso”. Se aprovada, além de garantir o salário mínimo regional, a PEC estabelecerá critérios para o cálculo do reajuste. Hoje não há definição de quais índices usar e anualmente há discussões para a definição do modelo. O projeto determina, para o cálculo, que seja usada a variação do Produto Interno Bruto (PIB) da economia paranaense referente aos dois anos anteriores ao período que será feito o reajuste e a inflação de um ano anterior. O projeto está sendo elaborado em parceria entre Governo do Estado, centrais sindicais, Dieese e Ipardes. “Fomos um dos idealizadores do projeto de transformar o programa do piso regional em lei. Não queremos que aconteça no Paraná o que houve no Rio Grande do Sul. Com a troca de governo daquele estado, acabou o piso regional”, afirmou Butka. Para o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos e da Força Sindical, Nelson Santos, o projeto mostra que o governador Roberto Requião está mais uma vez sensível às causas do trabalhador. “Os avanços que o salário mínimo regional trouxe ao Paraná precisam ser preservados”, disse. Nelson destacou ainda que a PEC se soma à luta do Sindicato pela redução da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas. “Não adianta reduzir a jornada e, junto, os salários. Não basta reduzir para 40 horas, é preciso um salário digno”, disse. HISTÓRIA – Durante estes 90 anos, o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba esteve presente em diversos movimentos, como na Assembléia Constituinte, em 1988, quando defendeu o direito dos trabalhadores na elaboração das leis federais; e na manifestação “Fora, Collor”, de 1992, que lutou a favor do impeachment do então presidente da República Fernando Collor de Mello. Também foram apoiados movimentos grevistas, como em 1989, quando doze mil metalúrgicos das empresas Bosch, New Holland, Langer e SID Informática participaram da greve geral contra o Plano Verão, do então presidente da República José Sarney. Em 1997, o Sindicato filiou-se à Força Sindical do Paraná. No ano seguinte, foi inaugurada a Escola Sindical Mathias Alenor Martins, que oferece aos trabalhadores associados cursos gratuitos para qualificação profissional, como mecânica básica e inglês. O Sindicato também apóia o “1.º Maio Solidário”, promovido pela Força Sindical. Atualmente, o Sindicato, entre outras reivindicações, luta pela redução da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais. As manifestações começaram em 2008, quando metalúrgicos protestaram nas ruas e em fábricas e foram à Brasília lutar pela redução.