Sindicalistas do Porto apóiam postura de Requião

O grupo, composto por 17 representantes de sindicatos portuários, esteve no Palácio Iguaçu onde assinou a carta do movimento “O Porto é Nosso”
Publicação
14/07/2005 - 18:41
Representantes de 10 sindicatos do Porto de Paranaguá estiveram nesta quinta-feira (14) com o governador Roberto Requião para manifestar apoio ao governo do Estado na luta para evitar a tentativa de privatização dos Portos de Paranaguá e Antonina. O grupo, composto por 17 representantes de sindicatos portuários, assinou a carta do movimento “O Porto é Nosso”, que tem entre os líderes o deputado estadual Rafael Greca (PMDB). Durante o encontro no Palácio Iguaçu, os sindicalistas destacaram que são favoráveis à política do governador de manter os portos estaduais públicos e administrados pelo estado do Paraná. Também se comprometeram a participar da campanha em favor do porto, que terá um ato público no dia 30 de julho, em Paranaguá. Requião afirmou que a privatização do Porto de Paranaguá é a verdadeira intenção deste processo de federalização. Ele citou o convênio assinado em dezembro de 2001 pelo então governador Jaime Lerner com o governo federal, cuja cláusula três dizia explicitamente que o Paraná ia retirar-se da operação portuária em um prazo de seis meses; isso é, o então governador se comprometia a privatizar o porto. Segundo Requião, o que os deputados querem, na verdade, é fazer valer aquele convênio. “Nós batemos duríssimo na questão da Copel e da Sanepar até que Lerner parou o processo e pediu uma prorrogação. Eu assumi e, então, a Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) começou a me cobrar a privatização. Nós temos que nos manifestar com força contra isso”, declarou Requião. O governador também apontou aos sindicalistas a questão dos transgênicos, outro motivo para privatizar o porto. “O Paraná possui um mercado cativo que não compra a soja transgênica: o mercado europeu, a Índia e a China. Se o estado não segregar a soja transgênica, irá perder esses mercados”, alertou Requião. Ele ainda citou que os Estados Unidos perderam, em 2003 e 2004, 46,5% de suas exportações porque os mercados não queriam comprar soja transgênica. Afinidade - A vice-presidente do Sindicato dos Portuários, Maria do Socorro de Oliveira, salientou que os portuários possuem grande afinidade com o governador e que manter o porto público é um ponto fundamental para os trabalhadores. “Estamos absolutamente de acordo na luta contra a privatização do porto e contra qualquer ato que tire o porto do nosso âmbito. Sabemos que os portos privados não estão indo bem”, declarou. O presidente a Intersindical, Ademir Scomasson, entidade que representa 10 sindicatos de servidores portuários, lembrou que no passado já haviam contado com o apoio do governador numa campanha em defesa do porto público para a manutenção das baixas taxas de embarque. Requião citou que o Porto de Paranaguá cobra R$ 3,34 pela taxa de embarque, dispensando despachantes; enquanto a tarifa privada é R$ 16,30, somente pelo carimbo do despachante. Os participantes perguntaram ao governador como poderiam colaborar intensivamente com a luta contra a privatização. Requião ofertou todos os meios de comunicação oficiais para que eles se pronunciassem sobre a questão. Scomasson garantiu que os sindicatos estarão presentes no Ato Público do dia 30, do movimento “O Porto é Nosso”. Estiveram presentes no encontro, representantes dos seguintes entidades portuárias: Sindicato dos Consertadores, dos Condutores, dos Arrumadores, dos Estivadores, dos Arrumadores, dos Vigias Portuários, dos Trabalhadores do Bloco, dos Portuários, dos Conferentes, Frente Intersindical e Cooperativa Coopadubo. O projeto que visa tirar do governo estadual a administração dos portos foi apresentado pelo deputado federal Ricardo Barros (PP) e aprovado na Câmara, na última quinta-feira, dia 7, com a assinatura de outros dois deputados federais paranaenses, Eduardo Sciarra (PFL) e Abelardo Lupion (PFL). Box: Movimento divulga manifesto Esta carta pede a sua participação, e da importante entidade que representa , no Movimento “O Porto é nosso”. Movimento criado por paranaenses inconformados com o Decreto Legislativo recentemente aprovado na Câmara Federal que tira a autonomia de gestão sobre o Porto , das mãos do Governo e do Povo do Paraná. Nosso firme propósito é de colher apoios representativos da sociedade paranaense em defesa do Porto do Paraná, Porto de Paranaguá. Estes apoios serão manifestos ao Senado da República onde pretendemos seja sustada a malfadada iniciativa. Expressão sinistra de interesses alheios à nossa história, aos anseios do nosso povo e à nossa realidade. Querem nos tirar o Porto interesses anti-paranistas inconfessáveis , porque ameaçadores do nosso futuro. Quem é pró-Paraná não pode aceitar a federalização e a privatização do Porto. Uma disputa política passa, mas a história, o interesse público, a prosperidade de nossa gente, e o futuro do Estado devem ser preservados. Desde antes de 1648 existe o Porto de Paranaguá. Anterior à própria fundação da cidade portuária que completa 357 anos ,neste 29 de julho de 2005. Porto de chegada, o Porto de Paranaguá aqui viu nascer a nossa civilização. O Porto de Paranaguá fundou o Paraná. Os primeiros brados pela criação do Paraná foram ali ouvidos. Quem é pró-Paraná não pode ser pela federalização do nosso Porto. O Paraná espera o seu apoio. Dia 30 de julho, às 11:00 horas da manhã , no centro de convenções do Hotel Camboa. É fundamental sua participação no Ato Público que então acontecerá. Venha fazer parte da história. Ouça a canção:”quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. “O PORTO É NOSSO”

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