Simpósio em Curitiba discute educação em uso dos solos

No dia em que se comemora do Dia Mundial de Conservação de Solos (15), o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Erikson Chandoha, chamou a atenção sobre a fragilidade no uso e ocupação do solo tanto no meio rural como urbano
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15/04/2010 - 15:10
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No dia em que se comemora do Dia Mundial de Conservação de Solos (15), o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Erikson Chandoha, chamou a atenção sobre a fragilidade no uso e ocupação do solo tanto no meio rural como urbano. O secretário apontou o mau uso do solo como uma das causas de desastres naturais e das tragédias humanas, que vem se repetindo cada vez com mais intensidade nos últimos meses. O alerta foi dado durante a abertura do V Simpósio Brasileiro de Educação em Solos, que se realiza entre os dias 15 a 17 de abril na Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Representando o governador Orlando Pessuti, Chandoha participou da abertura do Simpósio que tem como tema a popularização da educação em solos. Estavam presentes o reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, o diretor-geral da Itaipu Binacional Jorge Miguel Samek, o presidente da Câmara Municipal de Curitiba, João Claudio Derosso, o presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná (CREA-PR), Alvaro Cabrini, além de professores e membros da comunidade acadêmica especialistas em uso e conservação de solos.
O encontro alertou para o fato de que o desconhecimento e o desrespeito ao uso do solo tem sido o preço pago pelos desastres naturais e as tragédias humanas que vem se repetindo com mais intensidade em todo o planeta. “Estamos surfando nesse magma terrestre e utilizamos da maneira mais irresponsável possível o solo que é um dos quatro elementos vitais que são a água, o ar, o fogo e a terra”, avisou o professor Amadeu Bona Filho, diretor do setor de Ciências Agrárias da UFPR. Para ele, o enfrentamento desse problema depende também da geração de conhecimento técnico cientifico para respaldar o poder público na adoção de decisões de mobilidade social e de evitar a ocupação irregular nos meios urbanos.
Chandoha chamou a atenção que além das enchentes e deslizamentos que ocorreram recentemente também nos municípios paranaenses de Sengés e Tomazina, o Paraná vem sendo afetado pela falta de água. Ele atribuiu a seca de nascentes e as perdas de mananciais no Estado e em outras áreas do País ao mau uso do solo.
O secretário lamentou o abandono das técnicas de conservação e preservação do solo como terraceamentos e rotação de culturas, tão difundidas na década de 80 quando foram lançados os Programas de Manejo Integrado de Solos e Água (PMISA) e Paraná Rural.
Chandoha propôs que os custos de uma boa gestão ambiental, onde se compreende a conservação e o bom uso dos solos e água deve ter a participação de toda a sociedade. “Não só o produtor rural deve pagar pela gestão dos solos e da água, mas também toda a sociedade deve contribuir porque se beneficiam dessas práticas”, defendeu.
HISTÓRICO - Chandoha apresentou um histórico das políticas públicas da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento adotadas desde a década de 70, quando foi instituída a lei federal de conservação de solos. Abordou os resultados obtidos com o PMISA e o Paraná Rural, entre eles a popularização das microbacias como espaço de planejamento e de ações para conservação dos solos. Ele citou a recuperação da microbacia do Rio do Campo, em Campo Mourão, que foi o primeiro trabalho de recuperação de solos em microbacias iniciado no Brasil a partir do final da década de 70. O trabalho foi referência no Paraná, atraindo especialistas de todo o Brasil e do exterior.
Para o secretário Chandoha, o mundo está no limite do que se faz em desrespeito ao uso do solo e as mudanças climáticas refletem os processos de erosões e ocupações desordenadas. Segundo ele, para reduzir esses efeitos no Paraná o governo do Estado criou o Programa de Gestão Ambiental Integrada em Microbacias – PGAIM, que será intensificado no governo do Orlando Pessuti, destacou.
O Programa é coordenado pela Secretaria e executado em parceria com outros órgãos do governo do Estado como Sanepar, Copel, Secretarias do Meio Ambiente, de Educação e autarquias. Prevê o enfrentamento dos problemas ambientais nas áreas urbanas, suburbanas e rurais e já está atuando em 28 microbacias distribuídas estrategicamente em todo o Estado.
Segundo o secretário, os resultados iniciais são animadores. A microbacia de Apertados, em Apucarana, atendida pela ação conjunta de órgãos do governo do Estado, melhorou a qualidade da água, especialmente no que se refere à presença de agrotóxicos e outros resíduos de práticas agrícolas.

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