Cerca de 260 trabalhos voltados ao desenvolvimento de empresas serão apresentados durante o 23º Simpósio de Gestão da Inovação Tecnológica, que começa nessa terça-feira (19) em Curitiba e se estende até o próximo dia 22. Com apoio direto do Instituto de Tecnologia do Paraná - Tecpar, que preparou a ambientação para a realização do evento, os trabalhos enfocarão temas que, pela diversidade e precisão de análise, proporcionarão a ampliação da massa crítica brasileira sobre inovação. O simpósio será realizado no Centro Integrado de Empresários e Trabalhadores (Cietep). A solenidade de abertura está marcada para as 18h30, seguida de uma conferência que vai abordar o tema “Gerenciando a Inovação por meio de Parcerias, Alianças e Joint-ventures”, a cargo do conferencista Ronald Jonash, que terá como coordenador Fernando Musa (Monitor Group). O encontro proporcionará uma larga análise do empreendedorismo nacional em diversos níveis. Diferentes trabalhos avaliarão desde iniciativas de empresas brasileiras de sucesso até aquelas que significam novidades no que se refere ao cenário da atuação das empresas multinacionais no Brasil. Em exemplo é o estudo de Flávia Consoni (Unicamp) sobre o Projeto Meriva, modelo de automóvel desenvolvido no Brasil em instâncias decisórias inéditas para uma concessionária da empresa que o produziu e que resultou em uma experiência enriquecedora e alteradora da relação e dos paradigmas da empresa para com o seu setor brasileiro de engenharia. Outros casos envolvendo ações assertivas de empresas ou instituições, como os da empresa de máquinas agrícolas Jacto (estudo de Sergio Sartori), ou de parcerias, como entre Embrapa e Nova Índia Genética na criação de um método de treinamento para inseminação artificial que reduz grandemente lesões e morte provocadas em animais (estudo de José Henrique Bruschi), comporão um amplo painel das iniciativas de sucesso e inspiradoras que surgem por todo o país. A força do software Neste cenário ampliado, algumas áreas que são consideradas relevantes na inovação brasileira, como a indústria de software, ganham destaque com estudos que trazem resultados precisos sobre como o investimento nessa área pode gerar sinergia e bons lucros. São exemplos os trabalhos de Juliano Diniz do Nascimento sobre o software livre em áreas governamentais de Pernambuco, o de Ricardo Furtado Rodrigues sobre a implantação de portais corporativos em universidades, ou ainda o de Karine Araújo Ferreira sobre o uso da Tecnologia da Informação na indústria de alimentos. Também surge com destaque a questão ambiental como um diferencial para as empresas, como no trabalho de Tatiana Maia (UFRGS) sobre a Produção Mais Limpa como vantagem competitiva, levando à indução de inovações nos processos de produção e gerando com isso lucros e a própria sobrevivência de empresas. A vantagem econômica com o paradigma ambiental também é um dos focos de José Renato Sátiro Santiago Junior, que avaliou a utilização pela construtora Camargo Corrêa de um sistema de reciclagem de resíduos de concreto fresco, que resultou numa redução superior a 50% no custo de operação e manutenção com relação ao processo antigo, além de reduzir a zero o volume de concreto “perdido” e descartado na natureza. O potencial da biodiversidade é avaliado no contexto da biotecnologia num trabalho de Beatriz de Castro Fialho. Além de analisar 1.114 patentes no setor farmacêutico entre 1997-2002 na área de produtos naturais, Beatriz Fialho estuda o esforço inovativo da indústria farmacêutica. O enfoque na inovação como fator de competitividade sistêmica é a área que mais recebeu trabalhos para o 23º Simpósio de Gestão da Inovação (com 20% dos trabalhos apresentados nesta área). O segundo tema que mais teve trabalhos apresentados foi o de gestão do conhecimento, qualidade e produtividade (com 18% dos trabalhos apresentados). Mais informações sobre o 23º Simpósio podem ser obtidos no endereço (www.fia.com.br/pgtusp/simposio) ou pelo e-mail npgctusp@edu.usp.br