Setor ferroviário da América Latina é debatido durante encontro em Curitiba


Um dos assuntos discutidos é o projeto do corredor ferroviário bioceânico, que pretende ligar os portos brasileiros do Atlântico com os portos chilenos do Pacífico
Publicação
27/06/2008 - 14:50
Editoria
A Estrada de Ferro Paraná Oeste (Ferroeste) e a Associação Latino-Americana de Ferrovias (Alaf) realizaram nos dias 26 e 27 em Curitiba um Seminário Internacional com a presença de empresas ferroviárias públicas e privadas de toda a América do Sul. “O Transporte Ferroviário na América Latina: Atualidade e Futuro” foi o tema escolhido para debater as atuais conjunturas das ferrovias latinas. Países como Argentina, Peru, Paraguai, Bolívia, Costa Rica, Guatemala e México, além de empresas brasileiras como a Ferroeste, discutiram na quinta-feira (26), na reunião interna da Junta Consultiva, as questões internas da entidade. O seminário continuou nesta sexta-feira (27) até o final da tarde. Neste sábado (28), os participantes irão conhecer a cidade de Morretes numa viajem com o Trem Turístico Serra verde Express. Na reunião de quinta-feira, ficou decidido que os trens turísticos também serão membros da Alaf. Foi estabelecido ainda que a próxima Assembléia Geral irá acontecer em novembro deste ano na cidade do México e que no mesmo mês de 2009 a assembléia será realizada na Costa Rica. Em 2010 o encontro será realizado em Cusco, no Peru. De acordo o secretário-geral da Alaf, Jaime Valencia, um dos principais assuntos discutidos no encontro diz respeito ao projeto do corredor ferroviário bioceânico, que pretende ligar os portos brasileiros do Atlântico com os portos chilenos do Pacífico. Na opinião do secretário “a ferrovia é a solução para a expansão das exportações na América Latina”. Para Valencia o grande volume nas exportações vem causando problemas tanto para os portos como para setor rodoviário. “Isso nos leva a crer que a ligação entre o Atlântico e o Pacífico ajudaria o Brasil a exportar de cinco a dez mil toneladas de grãos. O projeto da Ferroeste é um ótimo exemplo para o Brasil, pois ligaria o porto de Paranaguá a Corumbá, no Mato Grosso do Sul e conseqüentemente com a Bolívia”. Valencia aproveitou para ressaltar a posição do presidente Lula de apoiar o corredor biocêanico e disse que, infelizmente, “isso não acontece nos outros países filiados a Alaf”. O secretário agradeceu a recepção e disse que a reunião realizada pela Ferroeste e pela Alaf foi muito positiva para o setor. “Foi muito interessante vir a Curitiba e conhecer um parque industrial tão importante para o Brasil, também é importante dizer que a classe continua lutando e buscando cada vez mais apoio às ferrovias da América Latina”, afirmou. Samuel Gomes, presidente da Ferroeste, disse que nesta semana Curitiba se tornou a capital sul-americana de ferrovias. “A comunidade mundial está representada aqui, temos palestrantes dos Estados Unidos e da Espanha, empresas ferroviárias de toda América Latina estão presentes, isso tudo em razão desta grande decisão do Paraná de construir a Ferroeste, que hoje é respeitada no Brasil, na América do Sul e no Mundo”, concluiu.

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