A atual gestão assumiu o governo do Paraná em janeiro de 2003 com a missão de recuperar a máquina estatal que, a partir da segunda metade da década de 90, foi desmontada em decorrência da política neoliberal implementada pelos governos federal e estadual. Coube à Secretaria de Estado da Administração e da Previdência (Seap), entre outras ações, a tarefa de despertar potenciais e qualificar um ator essencial nesse processo de resgate do papel do Estado: o servidor público.
Em dois anos, uma série de medidas foi tomada para valorizar e voltar a preparar o funcionalismo para suas funções, além de tornar mais ágil e de melhor qualidade a prestação dos serviços. A mais marcante dessas ações foi lançada em outubro último: a Escola de Governo do Paraná.
Novas postura - Em linhas gerais, a “Escola” veio para integrar os centros de treinamento das instituições que compõem o Governo do Paraná, com o intuito de preparar funcionários para a tarefa de gerenciar a máquina pública. “[A Escola de Governo] não é apenas um programa de treinamento de servidores. É um conjunto de ações que buscam novas posturas de gestão pública”, destaca a titular da Seap, Maria Marta Lunardon.
Essa qualificação vem enfatizando as peculiaridades que existem ao se gerenciar e administrar instituições públicas. Cursos já promovidos sobre Lei de Responsabilidade Fiscal, finanças e gestão com qualidade, entre outros, levam o servidor a aprender a lidar com os limites impostos pela legislação (detalhes para se contratar um serviço ou se comprar um produto) e com o cumprimento de certos procedimentos burocráticos, sem que esses fatores se tornem entraves para o funcionamento do poder estatal.
Valorização - As oportunidades de treinamento são para trabalhadores de todos os escalões. Pessoas que nunca tiveram a oportunidade de fazer um curso extra-escolar dizem se sentir valorizadas com a qualificação que vêm recebendo.
É o caso da servente Nadir Maria da Silva, há 13 anos no Estado. No início de dezembro, ela participou de um curso sobre relacionamento interpessoal. “Foi importante o que se falou de ética, de como lidar com os colegas e com o público. Coisas úteis, que eu posso aplicar no dia-a-dia”, contou.
Escolarização – Antes de preparar funcionários para tarefas complexas é preciso permitir que aqueles que sequer concluíram o ensino básico possam terminar seus estudos. Foi com esse objetivo que o Departamento de Recursos Humanos da Seap, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (Seed), implantou em 2004 o Programa de Escolarização do Servidor. No primeiro ano, 134 funcionários se matricularam no programa, que oferece ensino supletivo nos níveis fundamental e médio. O aluno recebe apostilas fornecidas pela Seed, estuda em casa e tem a obrigação de freqüentar quatro horas semanais de aula, para tirar dúvidas e complementar o que viu por conta própria.
O servidor estudante é liberado do trabalho no período em que precisa participar das aulas, que ocorrem no bloco 6 do Centro Administrativo Santa Cândida (Casc). No dia 13 de dezembro, uma palestra e uma confraternização marcaram o encerramento do ano letivo.
Servidor estadual é mais valorizado
“Escola de Governo”, lançada em outubro, é um dos exemplos de investimento no quadro de pessoal e permanece neste ano
Publicação
07/01/2005 - 00:00
07/01/2005 - 00:00
Editoria