Seminário recebe perguntas de estrangeiros e brasileiros

Os debates do Seminário Crise – Rumos e Verdades estão atraindo a atenção de brasileiros e também de moradores de países onde a Televisão Paraná Educativa é transmitida
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09/12/2008 - 15:05
Editoria
Os debates do Seminário Crise – Rumos e Verdades estão atraindo a atenção de brasileiros e também de moradores de países onde a Televisão Paraná Educativa é transmitida - como a Venezuela, de onde a repórter da Telesur Silvia Valin questionou aos participantes do painel “Crise e Poder Mundial” qual seria o papel do cidadão comum nos novos arranjos de poder que estão se formando. O seminário é promovido pelo governo estadual até a próxima quinta-feira (11), em Curitiba. Para o economista carioca Marcio Henrique Castro, basta ao cidadão exercer a cidadania. “A República, como instituição, está ameaçada. Portanto, devemos buscar ser cidadãos, nos mobilizar e lutar para restaurar as instituições republicanas”, afirmou. A possibilidade de América Latina e União Européia assumirem novos papéis na economia global foi uma das perguntas feitas por paranaenses ao economista sueco e PhD em relações internacionais pela Universidade de Oxford, Magnus Ryner. Na opinião do especialista, a América Latina pode ter condições de fortalecer “um tipo diferente de Europa e uma direção diferente para União Européia”. “Se o G-20 (Grupo dos 20 – formado pelos países em desenvolvimento) oferecer espaço para manobra e para novas maneiras de pensar, talvez o Brasil possa exercer o papel de liderança intelectual e expandir essa discussão”, afirmou. Segundo ele, essa mudança de papéis poderia reforçar movimentos de oposição muito fracos e trazer benefícios à União Européia. A dubiedade do dólar – que, apesar da crise em seu país de origem, continua em processo de valorização – foi outra questão levada aos especialistas. Para o jornalista e escritor mexicano Lorenzo Carrasco, isso é muito negativo para a economia americana e acontece porque o dólar está sendo usado para cobrir prejuízos das instituições e não pelo fato de ser considerado “uma moeda segura”. Ele fez um alerta: “Essa massa de dinheiro que está sendo emitida para cobrir as perdas pode inverter rapidamente a situação para uma desvalorização rápida do dólar e um processo hiperinflacional, que pode se transformar em um problema muito maior”, ressaltou. “E eu não creio que chegaremos a estabilidade cambial nos próximos meses. Isso vai continuar absolutamente descontrolado”, completou. A possibilidade de se implementar uma moeda única na América do Sul para fortalecer o poder local também foi abordada. Segundo o economista carioca Márcio Henrique Castro “não é possível fazer política externa progressista com política interna conservadora” e ainda se faz necessária maior ‘sintonia’ entre os países. “Enquanto o Brasil, por exemplo, continuar aplicando seu superávit (recursos excedentes) em paraísos fiscais, fazendo-o voltar como capital estrangeiro para aplicar no mercado financeiro nacional e se beneficiar da isenção de impostos concedida a rentistas estrangeiros que aplicam aqui, isto não será possível”, concluiu.