Seminário aponta desafios da economia solidária

Segundo dados de um mapeamento do Governo Federal, cerca de dois milhões de trabalhadores brasileiros estão organizados em autogestão
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17/11/2005 - 18:33
Editoria
Gestores dos Governos federal e estadual, entidades, militantes de movimentos sociais e trabalhadores apontaram nesta quinta-feira (17) em Curitiba no seminário “A Economia Solidária e o Desenvolvimento Local” os desafios para o sucesso dos empreendimentos de economia solidária. O seminário aconteceu na Universidade Federal do Paraná (UFPR). O representante da Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego, Fernando Kleymann, disse que os principais obstáculos para o andamento das iniciativas em autogestão podem ser ultrapassados por meio de discussões como a realizada pela Secretaria do Trabalho, Emprego e Promoção Social. “É exatamente poder fazer um processo amplo de formação de pessoas vindas dos mais diversos campos, que possam compreender o que é economia solidária, entender os seus desafios e serem capazes coletivamente de discutir as soluções”, ressalta Kleymann. Para ele, o seminário apontou alguns problemas que já eram levantados pelos movimentos sociais presentes no Fórum Brasileiro de Economia Solidária e na rede de gestores de políticas públicas, que também faz parte desse fórum. São eles: políticas públicas de acompanhamento, formação e suporte aos grupos; a necessidade de financiamento desses grupos; e a questão do conhecimento da Economia Solidária, saber do que se trata e das oportunidades que existem para o seu desenvolvimento. Na última questão, Kleymann reforça a importância do seminário, que se soma ao esforço do Governo Federal de realizar um mapeamento da economia de solidária no Brasil. Feito em conjunto com a sociedade civil, em todos os Estados do País, o estudo, que ainda não foi finalizado, aponta 20 mil empreendimentos e cerca de dois milhões de trabalhadores envolvidos com a autogestão. “Para nós é uma surpresa muito positiva ver que a economia solidária é de fato um setor consistente no Brasil e, acima de tudo, pode se constituir em uma alternativa de desenvolvimento para o País”, completa o Kleymann. Como funciona - O programa Economia Solidária, coordenado no Paraná pela Secretaria do Trabalho, estimula a organização de trabalhadores em cooperativas e associações, nas quais eles próprios são responsáveis pelo gerenciamento e administração da empresa. Possui três fases: pré-incubagem, incubagem e desincubagem e nesse período a futura empresa recebe orientações e cursos sobre gerenciamento da cooperativa e valores como democracia interna e a solidariedade. A ação é desenvolvida em parceria com a Universidade Federal do Paraná e outras entidades governamentais e da sociedade civil. Mais informações sobre o programa de Economia Solidária através do site www.setp.pr.gov.br ou pelo telefone (41) 3883-2528.