Secretário do Planejamento aponta vantagens do novo piso

Enio Verri diz que reajuste, junto com as demais medidas econômicas adotadas pelo governo, tem transformado o Paraná num dos estados que mais geram empregos
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04/03/2009 - 18:50
Editoria
O secretário do Planejamento e Coordenação Geral, Enio Verri, esclareceu nesta quarta-feira (04), durante entrevista a emissoras de rádio e televisão, que a proposta de aumento de 14,9% no piso salarial do Paraná foi feita após amplos debates que levaram em consideração, principalmente, estudos baseados no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho), comprovando que o salário de admissão praticado no Paraná, em 2008, foi em média de R$ 642,65. Pelo projeto que será encaminhado à Assembléia Legislativa, o novo piso regional varia de R$ 605 a R$ 629. “A proposta do governo é inferior ao salário já praticado no Estado. Não existe qualquer motivo de preocupação”, disse Verri. Perguntado se o reajuste não vai causar desemprego, diante da crise econômica mundial, Verri esclareceu que desde a sua criação, o piso regional, junto com as demais medidas econômicas adotadas pelo governo, tem transformado o Paraná num dos estados que mais geram empregos no país. “Lembro que na época da didatura falavam que se aumentassem os salários a inflação iria crescer. Isso é um contrassenso, já que se as pessoas ganham mais, elas consomem mais e a economia cresce. O melhor remédio para enfrentar a crise é investir. Para se ter uma idéia, em janeiro, mesmo diante da crise, o Paraná registrou um aumento na geração de empregos. Foram mais 1,6 mil pessoas com carteira assinada”, apontou. Para Enio Verri, a crise mundial não atinge da mesma forma todos os países e estados no Brasil. “É bom lembrar que a crise econômica mundial que atinge os Estados Unidos é diferente da crise da Europa. No Brasil e na Argentina, os reflexos da crise são menores. A crise que atinge São Paulo não tem os mesmos efeitos no Paraná. Cada estado e cada país sente a crise de forma diferente, portanto as medidas para combater a turbulência econômica também são diferentes.” BENEFICIADOS - O novo piso regional proposto pelo governo vai beneficiar de forma indireta 170 mil trabalhadores. “Pelo menos 100 mil são empregados domésticos e os outros 70 mil são de trabalhadores não sindicalizados na área da agropecuária, de serviços gerais no campo”, esclareceu Verri. O piso regional foi instituído no Paraná em 2006. Na época, houve muita resistência de algumas classes empresariais. No entanto, junto com as centrais sindicais, o governo conseguiu a aprovação do mínimo regional, que se renova a cada ano, sempre acima do salário mínimo nacional. Dados do Dieese indicam que o salário regional injeta na economia R$ 200 milhões . Antes de entrar em vigor, a partir do dia 1º de Maio, a proposta do governo vai ser discutida pelos deputados, que terão praticamente dois meses para realizar debates em torno do assunto. “Os deputados terão a oportunidade de ouvir empregados, empregadores e a sociedade civil em geral para depois aprovar o novo mínimo. Acredito que a proposta do governo não vai enfrentar dificuldades na sua aprovação, já que a medida é responsável, está baseada em estudos científicos”, concluiu Verri.