O secretário do Planejamento e Coordenação Geral, Enio Verri, esclareceu nesta quarta-feira (04), durante entrevista a emissoras de rádio e televisão, que a proposta de aumento de 14,9% no piso salarial do Paraná foi feita após amplos debates que levaram em consideração, principalmente, estudos baseados no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho), comprovando que o salário de admissão praticado no Paraná, em 2008, foi em média de R$ 642,65.
Pelo projeto que será encaminhado à Assembléia Legislativa, o novo piso regional varia de R$ 605 a R$ 629. “A proposta do governo é inferior ao salário já praticado no Estado. Não existe qualquer motivo de preocupação”, disse Verri.
Perguntado se o reajuste não vai causar desemprego, diante da crise econômica mundial, Verri esclareceu que desde a sua criação, o piso regional, junto com as demais medidas econômicas adotadas pelo governo, tem transformado o Paraná num dos estados que mais geram empregos no país.
“Lembro que na época da didatura falavam que se aumentassem os salários a inflação iria crescer. Isso é um contrassenso, já que se as pessoas ganham mais, elas consomem mais e a economia cresce. O melhor remédio para enfrentar a crise é investir. Para se ter uma idéia, em janeiro, mesmo diante da crise, o Paraná registrou um aumento na geração de empregos. Foram mais 1,6 mil pessoas com carteira assinada”, apontou.
Para Enio Verri, a crise mundial não atinge da mesma forma todos os países e estados no Brasil. “É bom lembrar que a crise econômica mundial que atinge os Estados Unidos é diferente da crise da Europa. No Brasil e na Argentina, os reflexos da crise são menores. A crise que atinge São Paulo não tem os mesmos efeitos no Paraná. Cada estado e cada país sente a crise de forma diferente, portanto as medidas para combater a turbulência econômica também são diferentes.”
BENEFICIADOS - O novo piso regional proposto pelo governo vai beneficiar de forma indireta 170 mil trabalhadores. “Pelo menos 100 mil são empregados domésticos e os outros 70 mil são de trabalhadores não sindicalizados na área da agropecuária, de serviços gerais no campo”, esclareceu Verri.
O piso regional foi instituído no Paraná em 2006. Na época, houve muita resistência de algumas classes empresariais. No entanto, junto com as centrais sindicais, o governo conseguiu a aprovação do mínimo regional, que se renova a cada ano, sempre acima do salário mínimo nacional. Dados do Dieese indicam que o salário regional injeta na economia R$ 200 milhões .
Antes de entrar em vigor, a partir do dia 1º de Maio, a proposta do governo vai ser discutida pelos deputados, que terão praticamente dois meses para realizar debates em torno do assunto.
“Os deputados terão a oportunidade de ouvir empregados, empregadores e a sociedade civil em geral para depois aprovar o novo mínimo. Acredito que a proposta do governo não vai enfrentar dificuldades na sua aprovação, já que a medida é responsável, está baseada em estudos científicos”, concluiu Verri.
Secretário do Planejamento aponta vantagens do novo piso
Enio Verri diz que reajuste, junto com as demais medidas econômicas adotadas pelo governo, tem transformado o Paraná num dos estados que mais geram empregos
Publicação
04/03/2009 - 18:50
04/03/2009 - 18:50
Editoria