Secretário do Ministério da Fazenda diz que Brasil está preparado para crise


Antônio Henrique Pinheiro da Silveira participou nesta quinta-feira (26) do seminário “Crise: Desafios e Soluções na América do Sul”
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26/03/2009 - 17:29
Editoria
O secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Antônio Henrique Pinheiro da Silveira, garantiu que o Brasil está preparado para enfrentar os efeitos da crise financeira mundial. Ele abriu, nesta quinta-feira (26), os debates da mesa que trata de impactos, medidas e cenários dos países sul-americanos, no seminário “Crise: Desafios e Soluções na América do Sul”, promovido pelo Governo do Paraná. “Estamos em situação muito diferente das que vivemos as crises anteriores”, argumentou Silveira. “Temos reservas, situação fiscal estável e possibilidade de fazer políticas anticíclicas, inflação controlada e possibilidade de expansão do mercado externo”, enumerou. Segundo ele, programas sociais como o Bolsa Família, as obras do Plano de Aceleração de Crescimento (PAC) e o recém-lançado Minha Casa, Minha Vida permitem que o Brasil atravesse a crise com maior tranquilidade que outros países. “São ações anticíclicas que, juntamente com outras medidas adotadas pelo Governo Federal, nos colocam em uma situação bastante confortável”, garantiu. Silveira falou ainda, da preocupação em gerar crédito e diminuir a vulnerabilidade da economia nacional. “Os bancos param de emprestar dinheiro principalmente para as pequenas e médias empresas. O que o governo procurou fazer para amenizar esta situação? Aumentou o crédito para agricultura, ampliou recursos para a construção civil e produtos especiais, como automóveis e autopeças, e aumentou o crédito de capital de giro para bancos públicos”, explicou. Para o secretário, a estrutura da economia brasileira está em “boas condições”. “Fazemos uma regulamentação comercial pesada do sistema financeiro, o que impede a criação de um sistema financeiro paralelo, como aconteceu nos Estados Unidos. Temos um importante sistema bancário estatal, que ainda que as vezes se comporte como privado, permite certo controle do Governo. Direcionamos crédito para agricultura e habitação e possuímos empresas estatais de grande porte no segmento energético”, ressaltou. Apesar de um cenário futuro positivo, Silveira fez um balanço dos efeitos que ainda são sentidos no Brasil. “A crise chegou com impactos pesados em termos de aumento de incertezas macroeconômicas, redução no crédito externo e interno, desvalorização do câmbio, queda na taxa de crescimento do PIB, queda na geração de empregos formais, retração no preço das ações e retração no comércio exterior”, citou.

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