O enquadramento das cooperativas e produtores cooperados no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar foi defendido pelo secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini. O assunto foi debatido com o secretário nacional da Agricultura Familiar, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Adoniram Sanches Peraci, no Fórum de Crédito Rural 2009, nesta sexta-feira (24). O evento foi realizado na sede da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). Bianchini explicou que o Paraná tem carteira de crédito junto ao Pronaf de R$ 1,5 bilhão. “É um ativo que não deve ser menosprezado e que tem relação direta com o avanço e a importância da Agricultura Familiar no Estado”, afirmou. Do total de aplicações do Pronaf no Estado, pelo menos R$ 400 milhões são para investimentos em programas estratégicos da Secretaria da Agricultura como Trator Solidário, de fortalecimento da cadeia do leite, irrigação, diversificação da produção e agregação de valor por meio da agroindústria. “É justamente no item que prevê investimentos em agregação de valor e na agroindústria que as cooperativas querem ser enquadradas para que seus cooperados, a maioria agricultores familiares, também tenham condições de acessar o crédito do Pronaf”, disse João Paulo Kosloviski, presidente da Ocepar. AJUSTES – Para Bianchini, esses ajustes irão permitir o avanço do Paraná rumo à diversificação e a agroindustrialização. O secretário ressaltou que é possível extrair do fórum as sugestões para ajustes nos critérios do Pronaf. Elas serão encaminhadas para o Conselho Monetário Nacional, a tempo de serem votadas e incluídas no plano safra da agricultura 2009/2010, que deverá ser divulgado até julho. Bianchini, que também já foi secretário nacional da Agricultura Familiar, defende o enquadramento das cooperativas junto ao Pronaf “para que os cooperados possam acessar o crédito previsto para a Agricultura Familiar, é necessário fazer algumas alterações nos critérios estabelecidos pelo MDA”. Com os ajustes será possível ao Paraná avançar ainda mais na política de diversificação da produção, disse o secretário. “Isso é muito importante para os produtores superarem as dificuldades impostas pelas perdas de produção em função do clima”, acrescentou. Bianchini lembrou que o Paraná perdeu 5 milhões de toneladas de grãos na primeira safra de verão e deve perder mais na safrinha em decorrência da falta de chuvas, principalmente nas regiões Oeste e Sudoeste do Estado. “Se tivermos a força das cooperativas, das agroindústrias incentivando a diversificação, será possível vencermos as dificuldades decorrentes do clima que estamos enfrentando hoje”, disse. “O Paraná tem potencial para colher 32 milhões de toneladas de grãos, em situação normal de clima. Mas quando há alterações drásticas como o Estado está enfrentando, somente o avanço da diversificação e da industrialização poderá ajudar a minimizar os prejuízos do produtor”, justificou Bianchini. MODELOS – O secretário ressaltou que graças a ajustes feitos na política de crédito do Paraná foi possível criar programas inéditos e modelos para o País, como o Trator Solidário, que está promovendo avanço da mecanização nas pequenas propriedades. “Não conseguimos mais pensar o avanço da Agricultura Familiar sem o auxílio da mecanização”, afirmou. Bianchini antecipou que até outubro deverão estar entregues cerca de 4 mil tratores. Outros programas que estão avançando no Paraná em função de ajustes no crédito é o de diversificação da propriedade com o fortalecimento da pecuária leiteira, que criou as condições para o surgimento de uma forte cadeia produtiva do leite na região Sudoeste do Estado. Ele prevê também grande potencial para o avanço da irrigação no Estado. Recentemente o governador Roberto Requião estendeu os benefícios da irrigação noturna aos médios e grandes proprietários. Com o PIN – Programa de Irrigação Noturna, a Copel concede até 60% na fatura com o uso da energia elétrica das 21h30 às seis horas da manhã.