Secretário de Assuntos Estratégicos fala sobre educação de internados em hospitais

Nizan Pereira participou do evento promovido pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná, com atividades até esta sexta-feira (1)
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31/05/2007 - 15:06
O secretário de Assuntos Estratégicos do Paraná, Nizan Pereira, realizou nesta quarta-feira (30) a palestra “Novas Perspectivas para Atenção Integral ao Educando”, no Granville Park Hotel, em Curitiba. Durante o evento, promovido pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná, aproximadamente 200 professores da rede estadual de ensino paranaense discutiram formas de abordagem do educando internado em hospitais e casas de apoio. “É necessário o preparo adequado de professores que vão encontrar crianças em condições especiais, muitas delas com episódios de dor e sofrimento”, disse Nizan. Além disso, há o estigma do hospital, que há menos de 100 anos era local de depósito e exclusão notadamente de doentes graves e desenganados, hansenianos, tuberculosos e doentes mentais, na época, chamados de loucos ou alienados. “Creio que é importante levar a estas crianças não apenas leituras, aulas e deveres, mas também um pouco do ambiente de companheirismo, cumplicidade e alegria da escola”, afirmou. Citando dados do SUS de 2006, que revelam perfis diferentes das várias faixas etárias de crianças e jovens, o secretário ressaltou que, entre 9 e 14 anos, a principal causa de internamento está ligada a doenças respiratórias. Também aparecem de forma importante as doenças mentais e distúrbios psicológicos, ligados quase sempre ao abuso de drogas, além das causas externas, como traumatismo craniano, geradas por acidentes de trânsito. Na faixa de 14 a 19 anos, os partos e as doenças do puerpério (pós-parto ou resguardo) aparecem de forma disparada como causa de internamento (aproximadamente 29 mil, principalmente por gravidez adolescente, partos e infecções pós-aborto) e, em seguida, as lesões por acidentes de trânsito e agressões, seguidas por doenças psíquicas e vício em drogas. As neoplasias (cânceres) aparecem com mais freqüência na faixa abaixo dos 9 anos de idade. “É um desafio, mas já está valendo pela ousadia de levar a educação para quem está fora dos muros da escola. Talvez esta seja uma caminhada em direção à educação também daqueles que estão excluídos do ensino formal, crianças sob risco, que vivem nas ruas sem escola, por exemplo”, observou Nizan. Durante todo o evento, haverá discussões sobre inclusão dos profissionais no ambiente hospitalar, relação com o educando hospitalizado, família, equipe pedagógica e de saúde, além de mesa-redonda e oficinas direcionadas a professores, pedagogos e coordenadores do Núcleo Regional da Educação. O evento é promovido pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná, que está implantando o Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar, com atividades até esta sexta-feira (1).