Secretário Verri defende que recursos sejam usados para reduzir as desigualdades sociais

Secretário estadual do Planejamento propõe que o dinheiro do petróleo do pré-sal sejam aplicados em educação, ciência e tecnologia
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22/10/2009 - 17:35
Editoria
O regime de partilha, em que o Estado controla a exploração das reservas de petróleo; o comprometimento com o povo e os movimentos sociais cobrando avanços no campo institucional são condições fundamentais para o desenvolvimento do Brasil, analisou nesta quinta-feira (22) o secretário estadual do Planejamento e Coordenação Geral, Enio Verri. “Estamos avançando na redução das desigualdades sociais e na criação de políticas públicas democráticas. Esse recurso que irá entrar nos próximos dez anos deve ser aplicado em educação, ciência e tecnologia”, afirmou, durante o seminário “Pré-Sal – o Brasil no Certo”, promovido pelo Governo do Paraná em Curitiba. “Discutir o regime de partilha é iniciar um grande debate e reflexão sobre para onde caminha a economia do Brasil. Sem dúvida esta questão deve ser aprofundada. É necessário aprimorar a construção de um Estado estratégico e preocupado com a população”, disse Verri. A alternativa ao regime de partilha é a concessão da exploração a empresas, o que reduz o controle do Estado. “Temos um debate da grande mídia nos criticando e perguntando o porquê do modelo de partilha e não o de concessão. É claro que por trás disso está todo o interesse do capital internacional e das grandes corporações. Vemos um discurso equivocado segundo o qual a concorrência aumenta a produtividade. Este é um debate do século XVIII, de quem analisa a economia do Brasil como um conjunto de mercearias disputando entre si, levando em conta o papel do capital que concentra, acumula e monopoliza o setor”, criticou Verri. De acordo com o secretário, além de uma justa distribuição de renda é preciso que haja evolução tecnológica. “Mais que da exportação de commodities, trata-se de agregar valor à produção, evoluir na pesquisa científica, estabelecer ações que permitam que o brasileiro tenha uma qualidade de vida como a dos países desenvolvidos. Como citado há pouco, 80% das experiências de petróleo do mundo é pela partilha”, destacou Verri. “O exemplo dos royalties, já citado pelo ministro Lobão, é injusto (pois beneficia apenas os Estados onde há petróleo). Em dez anos a Petrobras vai dobrar a sua produção de petróleo. Os Estados que receberam R$ 30 bilhões em royalties estarão recebendo daqui a dez anos R$ 64 bilhões. O orçamento de 2010 no Estado do Paraná é de R$ 25 bilhões. O debate da partilha motiva o pacto federativo que vivemos hoje, não só no caso do petróleo, mas em todos os setores”, acentuou Verri.

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