Cinco secretarias de Estado se reuniram nesta quarta-feira (11) para apresentar políticas e projetos de integração ao Programa Atitude, que atenderá 20 mil crianças e adolescentes paranaenses até o final de 2010. A reunião aconteceu em Curitiba durante a capacitação dos profissionais selecionados para atuar nos núcleos das dez cidades participantes do programa da Secretaria de Estado da Criança e Juventude. Além da Secretaria da Criança e Juventude, participaram da apresentação as secretarias da Educação, Segurança Pública, do Trabalho, Emprego e Promoção Social, e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Também somarão esforços para a implantação do Atitude as Secretarias da Saúde, e da Administração e Previdência. Coordenado pela Secretaria da Criança e da Juventude, o Programa Atitude está sendo implantado nos dez municípios paranaenses com os maiores índices de violência infanto-juvenil. Entre as ações do Atitude estão o fortalecimento das famílias, combate ao uso de drogas, combate à evasão escolar, criação de oportunidades de esporte, cultura e lazer, cursos profissionalizantes e a criação de redes de proteção para crianças e adolescentes. O programa é o resultado do esforço conjunto entre o Governo do Paraná, as prefeituras dos municípios que receberão o programa e o Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente – CEDCA/PR. Serão investidos R$ 48 milhões do Tesouro Estadual através do Fundo para a Infância e Adolescência (FIA). A ação intersecretarial pretende reunir políticas públicas voltadas à criança e ao adolescente para que aconteça um levantamento mais preciso das demandas de cada região e, consequentemente, maior eficácia no atendimento a esse público. Até 14 de março, está acontecendo a capacitação dos profissionais que atuarão no Atitude. As equipes serão formadas por psicólogos, assistentes sociais, cientistas sociais, professores de educação física e artes, além de estagiários, voluntários, líderes comunitários e bolsistas-atitude. BOX Trabalho integrado A superintendente da Secretaria da Educação, Alayde Maria Pinto Digiovanni, ressaltou que a iniciativa é uma inovação em atendimento social. “Algumas ações de atendimento à população eram isoladas, cada órgão atendia a uma pessoa da família, sem que houvesse um atendimento dessa família como um todo”, disse. Em parceria com o Atitude, a Secretaria da Educação abrirá suas escolas à comunidade para a discussão dos problemas sociais. Segundo Alayde, “o dever da escola é a transmissão de conhecimento que possibilite a leitura, reflexão e a mudança social”. Denise Colin, coordenadora do Núcleo de Coordenação Estadual da Política de Assistência Social (Nucleas) da Secretaria do Trabalho, também defendeu o atendimento integrado. “É importante articular as áreas de atendimento social entre os diversos programas do Governo”. Na parceria com o Atitude, a Secretaria atuará facilitando o acesso à Agência do Trabalhador e ao Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional, que oferece um programa de aquisição de alimentos, hortas e cozinhas comunitárias, restaurantes populares e o programa Leite das Crianças. Sobre violência contra crianças e adolescentes, a Secretaria da Segurança Pública vai colocar sua estrutura à disposição do Atitude. É o caso das unidades especializadas em crianças desaparecidas (Sicride) e o atendimento de adolescentes autores de delitos (Delegacia do Adolescente), ambas localizadas em Curitiba. A delegada Márcia Tavares dos Santos lembrou a importância da atuação dos Núcleos Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucrias). Atualmente, há sedes do Nucria em Curitiba e Foz do Iguaçu. De acordo com Márcia, há previsão de inauguração de cinco novas unidades ainda este ano, em Maringá, Londrina, Cascavel, Ponta Grossa e Paranaguá. Atuante na inclusão social de jovens através do Programa Universidade sem Fronteiras e da políticas de cotas para indígenas e afrodescendentes, a Seti também promove os Núcleos de Estudo e Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente. Tratam-se de grupos multidisciplinares formados nas universidades estaduais do Paraná e que já fizeram mais de 10 mil atendimentos em todo o Estado. O coordenador para Projetos Especiais da Seti, Edemir Maciel, apresentou uma outra iniciativa de atendimento à mulher e de combate à exploração sexual comercial desenvolvida pela secretaria: as Incubadoras de Direitos Sociais das universidades estaduais. Segundo ele, essas iniciativas são importantes porque “os jovens universitários precisam ter contato direto com a realidade e utilizar seu conhecimento como ferramenta de transformação social”.