O Governo do Paraná, por meio da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e de sua vinculada, a Fundação Araucária, lançou a revista de ciência, tecnologia e inovação “Sem Fronteiras”, durante o 2º Encontro de Ciência e Tecnologia do Paraná, nesta terça-feira (28), em Guarapuava. A proposta da publicação é difundir o conhecimento produzido nas universidades, faculdades e institutos de pesquisa.
A secretária de Estado Lygia Pupatto, da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, falou sobre o desafio de disseminar e popularizar a ciência. “A pesquisa científica e tecnológica tem que sair dos muros das universidades e chegar à população”, afirmou. Segundo Lygia, a revista contribui para esta popularização ao trazer matérias e entrevistas com aqueles que estão fazendo ciência em nosso País.
Para o presidente da Fundação Araucária, José Tarcísio Pires Trindade, “esta revista é muito diferente de uma publicação científica, porque traz uma linguagem acessível a toda a população”. Segundo ele, a revista é um veículo que permite que a população acompanhe o resultado de projetos apoiados pelo governo do Paraná, porque quase a totalidade das pesquisas realizadas no Estado é financiada com recursos públicos.
Neste primeiro número, a revista destaca a bioenergia e as competências paranaenses nesta área. A edição traz ainda entrevistas com o presidente da Sociedade Brasileira de Genética Médica, o paranaense Salmo Raskin, sobre políticas públicas em genética clínica e pesquisas internacionais e nacionais na área, e com o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Marco Antonio Raupp.
No lançamento da revista, o jornalista Marcelo Leite fez uma palestra sobre o tema “O resgate da ciência pela cultura; o papel do jornalismo”. Leite assina a coluna “Ciência em Dia” na Folha de S. Paulo, jornal do qual foi ombudsman, e é autor de diversos livros de divulgação científica. Segundo o jornalista, “é fundamental que resgatemos o universo das ciências naturais para a esfera da cultura”. Para ele, a contribuição de cientistas para a humanidade está à mesma altura da contribuição de filósofos, artistas, literatos e outros. Porém, para a maioria das pessoas, as ciências naturais não fazem parte da cultura.
Leite acredita que este resgate se faz pela tradução da ciência para a população, por meio da educação científica, da divulgação científica (que inclui museus de ciência, livros e outras atividades) e do jornalismo científico. Na opinião dele, o jornalista que escreve sobre ciências deve manter uma postura crítica e o ceticismo inerente ao jornalismo. “Precisamos combater a idéia de que a ciência é atividade que produz verdades absolutas. Não podemos reproduzir sem crítica a ideologia de objetividade e consenso da ciência”. Marcelo Leite definiu o papel do jornalista científico como o de “tornar interessante o que é importante, e não tornar importante o que é (só) interessante”.
Secretaria lança a revista “Sem Fronteiras”
Proposta é difundir o conhecimento produzido nas universidades, faculdades e institutos de pesquisa
Publicação
29/10/2008 - 14:24
29/10/2008 - 14:24
Editoria