Secretaria de Saúde homenageia médico hansenologista Germano Traple

Especialista em reabilitação, ele foi pioneiro em prevenção de incapacidades físicas no Paraná e no Brasil, sendo referência da comunidade científica nacional e internacional
Publicação
24/09/2005 - 06:00
Editoria
A Secretaria de Saúde prestou homenagem ao médico hansenologista Germano Traple, durante o curso sobre gerência no Programa de Hanseníase com Enfoque em Prevenção de Incapacidades Físicas, realizado no período de 20 a 23 de setembro em Curitiba. Participaram do curso, que foi ministrado pelas técnicas Maria Conceição Magalhães do Ministério da Saúde, Geisa Campos, do programa de eliminação da hanseníase da Paraíba, e Nivera Stremel, coordenadora do programa de eliminação da hanseníase no Paraná, 60 profissionais das 22 regionais de saúde do Estado, da Secretaria e Consórcio Municipal de Saúde do Paraná e da Secretaria Estadual de Santa Catarina. O médico Germano Traple, de 82 anos, especialista em reabilitação, foi pioneiro em prevenção de incapacidades físicas no Paraná e no Brasil, sendo referência da comunidade científica nacional e internacional. Com discurso emocionado, as autoridades em hanseníase no estado entregaram a medalha ao médico. Além da medalha da Secretaria, Germano Traple também recebeu medalha do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), pelas mãos da coordenadora do Morhan no Paraná, Francisca Barros da Silva. Francisca Silva também foi portadora de hanseníase por 29 anos. Morou no Hospital de Dermatologia do Paraná, onde conheceu Germano Traple. Segundo ela, o médico foi de fundamental importância na sua luta contra a doença, incentivando-a a continuar no tratamento, levando-a a cura. As manifestações dermatológicas e neurológicas da hanseníase, o diagnóstico diferencial da doença e técnicas simples de prevenção de incapacidades em hanseníase na atenção básica foram alguns dos temas debatidos durante o evento. Em visita ao Hospital de Dermatologia do Paraná, as técnicas do Ministério da Saúde e do Estado também avaliaram pacientes que foram submetidos a cirurgia reparadora. Anualmente, no Brasil, surgem 50 mil novos casos de hanseníase. Até 2004, o país apresentava índice de 4,5 casos para cada 10 mil habitantes. Em números absolutos, isso representou 79.908 casos, atrás apenas da Índia, que tem população quase seis vezes maior. Em 2005, seguindo critérios estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), retirando do cadastro ativo os pacientes tratados e curados, essa taxa passou para 1,7 pessoa em cada grupo de 10 mil habitantes. Isso não é suficiente, pois a OMS recomenda menos de um caso para 10 mil habitantes Segundo o Ministério da Saúde, até o fim deste ano quatro estados deverão eliminar a doença: Paraná, São Paulo, Distrito Federal e Rio Grande do Norte. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, a hanseníase está eliminada, segundo critérios da OMS. Em outras regiões os níveis de prevalência são altos, mas espera-se que até 2010 a meta seja atingida em todo o país. No Paraná, o número de casos da hanseníase vem diminuindo nos dois últimos anos. Em 2003 ocorreram 2.792 casos e, em 2004, 2.566. No primeiro semestre de 2005, foram detectados 1.983 casos. O Paraná deverá alcançar o índice de um caso de hanseníase para cada 10 mil habitantes até o final deste ano. “Os serviços estão sendo reorganizados no Paraná através de oficinas e cursos para implantar e implementar ações do Programa de Eliminação da Hanseníase” afirmou a coordenadora estadual do programa, Nivera Noemia Stremel. A hanseníase tem cura e o tratamento, que dura de seis meses a um ano, é gratuito e descentralizado aos 399 municípios do Paraná.

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