A Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior concluiu nesta quarta-feira (17) o curso de Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD), na Universidade Federal do Paraná, campus Jardim Botânico, para técnicos de diversas instituições que produzem esses documentos. O objetivo do curso é ensinar às instituições a construírem suas próprias bibliotecas digitais com base em novas tecnologias, disponibilizando suas publicações na internet. A BDTD terá um link na Biblioteca Digital Brasileira (BDB), criada em 2002 pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), órgão vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT). A Biblioteca Digital Brasileira reúne teses e dissertações produzidas em instituições de ensino superior do país e de bolsistas brasileiros no exterior, apoiados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES. O portal da biblioteca brasileira terá apenas uma prévia do documento procurado, levando o usuário a visualizar o documento completo na sua instituição de origem. Este processo serve para facilitar a busca do pesquisador que terá centralizada todas as Universidades participantes. "O pesquisador do Sul do Brasil, muitas vezes, não sabe o que esta sendo produzido no Norte do país. Se ele tivesse que navegar em cada instituição de ensino superior para descobrir se ela possui ou não o documento procurado a busca seria muito difícil" afirma a professora e doutora Ana Pavani, da PUC-RJ, membro da Comissão Consultiva da BDTD, que está ministrando as aulas. As aulas foram direcionadas para bibliotecários, funcionários da área de informática e tecnologia e coordenadores dos programas de pós-graduação. O programa do curso teve carga horária de 18 horas. A idéia é estimular as instituições de ensino superior para que elas disponibilizem suas publicações usando a maior quantidade de meios possível. O curso - Durante as aulas foram abordados, entre outros assuntos, os conceitos de informação digital, revisão das diferenças entre a biblioteca tradicional e a digital, padrões internacionais, catalogação e como se prepara um projeto de tese. Ana Pavani afirma que "é importante deixar claro que a biblioteca digital não veio para substituir nada e, sim, para complementar a biblioteca tradicional". A digitalização de teses e dissertações permite a produção de documentos em multimídia, uma opção que já começa a ser aceita em algumas instituições. Apesar de ser uma tendência, Pavani acredita que é necessário consolidar as teses tradicionais, de formato em papel, para depois discutir o formato eletrônico. "As pessoas precisam absorver a mudança de forma gradativa", afirma. Nos Estados Unidos a universidade Virginia Tech esta desenvolvendo uma Biblioteca Digital Internacional. Esta biblioteca integrará documentos do mundo todo. Segundo a professora Pavani, ações como esta tornam público a qualidade da pesquisa no Brasil e no mundo e possibilitam a descoberta de grupos em comum que podem se tornar parceiros de pesquisa". Projeto - O curso se insere no Projeto de Modernização das Bibliotecas das Instituições de Ensino Superior Público do Paraná e faz parte do programa de gestão da Secretaria de Ciência e Tecnologia. "A iniciativa exige esforços na captação de recursos, mas é compensatória porque representa multiplicar a visibilidade da produção científica e tecnológica desenvolvida no país, o que interessa a todos: aos autores, ao governo, que mantém as instituições de ensino e de pesquisa e à empresa e à sociedade, consumidoras do conhecimento produzido" disse o Secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldair Rizzi. Participaram: representantes de todas as universidades estaduais, Universidade Federal do Paraná - UFPR, Universidade Tecnológica – CEFET – PR, a Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUC, a Universidade Tuiuti do Paraná, universidades catarinenses (UNISUL, UDESC) e outros órgãos do governo.