O elevado índice de fertilizantes fora dos padrões comercializado no Paraná fez com que a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento emitisse um alerta aos produtores rurais para que fiquem atentos na hora de adquirir este tipo de insumo. E que só comprem produto de qualidade, de origem comprovada.
Desde 1991 a Secretaria fiscaliza o comércio de fertilizantes no Estado, e de acordo com o último levantamento, constatou que boa parte produtos utilizados nas lavouras do Estado estão fora dos padrões de conformidade, como exige a lei.
Segundo o engenheiro agrônomo Eduardo Scucato, responsável pela área de fiscalização de fertilizantes e afins, da Secretaria da Agricultura, a principal causa de reprovação dos produtos se encontra no nutriente fósforo. “Mesmo com dados parciais, nos primeiros seis meses desse ano verificamos a repetição dessa irregularidade. Das 179 amostras analisadas, 22,3% foram reprovadas”, adiantou o técnico.
Em 2.008 foram analisadas 750 amostras, sendo que 23,2% estavam foram dos padrões. Em 2007 também se verificou o mesmo problema. Das 700 amostras analisadas 21,0% foram reprovadas.
Para Scucato, isso significa que desde que a fiscalização vem sendo feita, cerca de 18% dos fertilizantes utilizados pelos agricultores paranaenses são deficientes em fósforo, potássio e nitrogênio, nutrientes necessários e indispensáveis para o desenvolvimento das plantas.“A baixa qualidade dos fertilizantes afeta a todos, sejam produtores rurais ou a sociedade em geral”, alertou Scucato.
O Paraná é o único estado do país a executar esse tipo de fiscalização. O trabalho é feito com base na Lei Estadual n° 9.056/89, que prevê aplicação de multas, advertência, apreensão do produto, entre outras punições. Até o final deste ano estão previstas 945 coletas de amostras e 1700 fiscalizações a estabelecimentos comerciais, em todo o Estado.
De acordo com o chefe da Divisão de Fiscalização e Insumos do Departamento de Fiscalização e Sanidade Agropecuária da SEAB, Adriano Riesemberg, o controle tem como objetivo assegurar a comercialização com produtos de boa qualidade. Esse procedimento é feito por meio de educação e divulgação; de fiscalização com coletas de amostras em comerciantes e produtores rurais; com a pronta retirada do comércio de insumos falsificados, fraudados ou de baixa qualidade; e também com a manutenção atualizada do cadastro dos comerciantes.“Com a fraude, quem sai prejudicado é o agricultor, pois paga por um produto que não vai lhe trazer o benefício esperado em relação à produtividade de suas lavouras ou pastagens”, explicou Riesemberg.
Para saber mais sobre a qualidade dos fertilizantes, busque orientação da SEAB/DFI, (Divisão de Fiscalização de Insumos) nos 20 Núcleos Regionais, ou ainda pela internet, através do sitio: www.seab.pr.gov.br, (insumos/fertilizantes/lotes reprovados).
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Para garantir um bom produto o agricultor deve estar atento às seguintes observações:
Exija nota fiscal na hora da compra e observe os dados contidos na nota ou na embalagens; tais como número do lote, garantias da fórmula, validade, número de registro, marca, natureza físcia (sólido, pó, farelado, mistura de grânulos, granulado, etc...);
Verifique as condições das embalagens (devem ser boas, sem rasgos e com boa resistência, e as condições de umidade do produto ( sem umidade elevada ou melado); além das condições relacionadas à à natureza física (quanto ao empedramento ou quantidade de partículas finas ou grossas em excesso);
Compre de comerciantes cadastrados na SEAB e/ou estabelecimentos registrados no MAPA. Evite adquirir produtos de vendedores desconhecidos;
Não compre produto sem registro no MAPA, para evitar o risco de adquirir produto de origem desconhecida (oriundos de roubo/furto);
Se possível faça um bom contrato ou pedido de compra, vinculando a análise do produto.
Secretaria da Agricultura faz alerta sobre comércio de fertilizantes
Mais de 20% das amostras analisadas este ano foram reprovadas
Publicação
03/07/2009 - 16:00
03/07/2009 - 16:00
Editoria