Mais 62 policiais militares começaram, nesta segunda-feira (16), o curso de capacitação para gerenciar delegacias que não contam com funcionários de carreira da Polícia Civil. Para o secretário de Estado da Segurança Pública, Luiz Fernando Ferreira Delazari, ainda neste primeiro semestre será possível extinguir definitivamente a figura do funcionário conhecido como delegado “calça-curta”, que ocupava o cargo geralmente por indicação política. “Esse tipo de situação é coisa do passado”, disse o secretário. O curso está sendo feito na Escola Superior da Polícia Civil, em Curitiba, e tem o objetivo de repassar um conhecimento sistematizado da legislação da Polícia Civil. As aulas também darão suporte para que o sargento possa assumir o compromisso de gerenciar a delegacia como assessor dos delegados divisionais, subdivisionais ou regionais, aos quais estarão subordinados nas atividades de polícia judiciária. Ao concluírem o curso, nesta nova turma, 24 sargentos já estarão sendo designados para ocupar a função em uma delegacia. Conforme a secretaria, atualmente falta pessoal em 43 cidades. Os sargentos atuam em 151 municípios, sendo sete da Região Metropolitana de Curitiba. Os policiais militares que iniciaram o curso de gestor da unidade policial civil terão 69 horas aula para tirar dúvidas de como será o trabalho de administração da delegacia. Conforme a diretora da Escola Superior de Polícia Civil, Charis Negrão, eles já possuem uma base de conhecimentos dos cursos realizados na Academia Policial Militar do Guatupê e necessitam apenas aprimorar alguns detalhes a respeito da atividade que estarão desempenhando. Eles vão trabalhar nos municípios que não são sede de comarca e onde havia defasagem de pessoal. Resultados – O terceiro-sargento Samuel Heneman fez o curso de capacitação em outubro do ano passado e assumiu a delegacia de Mariluz no final do mês de novembro. Ele conta que, no começo, sentiu certa dificuldade em relação aos novos afazeres. De acordo com Heneman, com o trabalho integrado que vem sendo feito na cidade está sendo possível resgatar a imagem das polícias Militar e Civil. “A população tinha perdido o crédito na polícia”, avaliou o policial militar, que está subordinado ao delegado de Cruzeiro do Oeste, Roberto Aparecido Penteado. Por sua vez, o delegado, que tem dois sargentos atuando em delegacias de sua área, contou que o município de Tapejara necessitava urgentemente que o governo suprisse a necessidade de pessoal na delegacia. “O município estava abandonado”, comentou Penteado. Ele comentou que o resultado da interação entre policiais civis e militares, dentro desta iniciativa do governo estadual de colocar sargentos nas delegacias, não é imediato, mas que a população já começa a perceber as mudanças.