O município de São Pedro do Paraná, no Noroeste do Estado, a 605 quilômetros de Curitiba, terá cooperativa de trabalho e plano para desenvolvimento do turismo, dentro do processo de reassentamento de cerca de 40 famílias de ilhéus do rio Paraná, o quinto maior rio do mundo e que, nos três primeiros meses de cada ano, enfrenta as cheias, que colocam em risco a segurança das pessoas que vivem em suas ilhas.
“Este ano, tivemos que retirar as famílias às pressas, porque as águas do rio subiram demais. Os ilhéus foram levados para terra firme e abrigados em barracas de lona”, disse o prefeito João Batista Fernandes, que lembrou ainda o drama vivido diariamente pelas crianças que moram nas ilhas e que são obrigadas a viajarem até duas horas de barco para estudarem. “Imagine o risco que essas crianças correm, especialmente nos dias de chuva, embora os três barcos da prefeitura sejam equipados com salva-vidas”, acrescentou.
O drama dessas famílias está bem próximo do fim. Quem garante é Lucia Arruda, presidente do Provopar Ação Social, que esteve esta semana em Porto São José, distrito de São Pedro do Paraná, para acompanhar o plantio de 10.500 mudas de árvores nativas, que vão ajudar a recompor a mata ciliar do rio Paraná. Segundo ela, o Governo do Estado, através do Provopar, Cohapar e Secretaria de Turismo, está empenhado em colaborar com a prefeitura no processo de reassentamento dessas famílias, que deverá acontecer a partir de 2006.
Na oportunidade, Lucia Arruda, na condição de representante do presidente da Cohapar – Companhia de Desenvolvimento do Paraná, Luiz Cláudio Romanelli, assinou convênio para a construção de 68 moradias populares na sede do município de São Pedro do Paraná. O prefeito João Batista aproveitou para reivindicar a construção de mais 50 unidades no distrito de Porto São José, para início do processo de reassentamento dos ilhéus.
“A assinatura deste convênio será um marco em nossa história, porque as casas irão contribuir em muito com o desenvolvimento social de nossa comunidade”, frisou o prefeito, que fez questão de destacar que a desocupação das ilhas já foi solicitada pelo Ministério Público e IAP – Instituto Ambiental do Paraná. Além das casas, os ilhéus devem ganhar uma cooperativa de trabalho, que poderá ser ligada ao turismo de aventura, artesanato ou cozinha de geração de renda.
“Vamos realizar estudos técnicos para ver qual a melhor alternativa. O artesanato é uma excelente alternativa, tendo em vista o potencial da região, que é rica em matérias-primas naturais”, disse a presidente da Provopar.
O diretor da Paraná Turismo, Jorge Demiate, destacou as belezas naturais da cidade, e se prontificou em auxiliar a administração em desenvolver uma política de exploração sustentável do turismo. “Todas às vezes em que venho para esta região fico admirado com as belezas naturais. Vale lembrar que São Pedro do Paraná já conta com um principio de exploração turística, com a sua praia artificial e o passeio de chalana até o encontro das águas dos rios Paraná e Paranapanema”.
Ele recebeu do prefeito João Batista Fernandes um inventário sobre os pontos turísticos do município, justamente para que a Secretaria de Turismo venha a desenvolver um projeto para o desenvolvimento turístico da região. “O turismo surge como uma excelente alternativa para a geração de emprego e renda em nosso município”, concluiu o prefeito.