Sanepar quer captar recurso no Japão para reduzir gases do efeito estufa

Um dos objetivos é produzir energia elétrica nas estações de tratamento de esgoto
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14/09/2009 - 16:32
Editoria
A Sanepar apresentou nesta segunda-feira (14), em Foz do Iguaçu, ao governo do Japão um pedido de financiamento para implantar o Programa de Geração de Energia e Saneamento Ambiental. Os dirigentes da Japan International Cooperation Agency – Jica, Masayuki Eguchi e Chihiro Osaki receberam, do diretor-presidente da companhia, Stênio Jacob, uma proposta do projeto que, num período de 12 anos, se propõe a reduzir a emissão de gases do efeito estufa, gerar energia nas estações de tratamento de esgoto, implantar tecnologia de reuso de água nas estações de esgoto, além de modernização tecnológica e ampliação dos sistemas de coleta e tratamento. O projeto será negociado pessoalmente, a partir do dia 22, pela Sanepar diretamente com a cúpula da Jica, em Tóquio, durante missão da Câmara de Comércio Brasil-Japão, que segue para aquele país. A parceria do governo do Paraná com o Japão começou em 1991 e a atuação da Agência no Brasil está completando 50 anos, segundo o seu representante sênior Masayuki Eguchi. Ele conheceu a ETE Ouro Verde, em Foz do Iguaçu, projeto pioneiro de geração de energia a partir do metano produzido pelo esgoto, em conjunto com a Itaipu Binacional e Copel. O chefe da Agência no Brasil destacou o fato da Sanepar ser uma empresa modelo no País e de, futuramente, poder prestar assessoria nestes projetos a outras cidades brasileiras e países da América Latina. Stênio explicou à missão japonesa que as 227 estações de tratamento de esgoto geram 86% dos gases de efeito estufa produzidos pela empresa, enquanto outros 10% são gerados pela utilização de energia elétrica, especialmente nas 187 estações de tratamento de água. Com a transformação das estações em geradoras de energia, vai se eliminar a emissão dos gases, especialmente do metano, que será convertido em energia para consumo da própria unidade, sendo o restante direcionado para a rede da Copel, conforme autorização já concedida à Sanepar pela Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica. Numa primeira fase estão sendo solicitados cerca de 500 milhões de dólares. DIRETRIZES – Segundo a diretora de Meio Ambiente da Sanepar, Maria Arlete Rosa, que também participou da visita, o programa proposto pela companhia se enquadra nas diretrizes da Jica, que dá grande importância para a questão ambiental, o que favorece o financiamento de novas e mais eficientes tecnologias, como a da produção de energia alternativa. O Progesam, como foi batizado o programa, foi concebido para ser implantado num período de 12 anos dividido em três etapas, de 2011 a 2022. Num primeiro eixo, o programa pretende utilizar o sucesso do projeto piloto de Foz do Iguaçu para implantá-lo nos sistemas de mais representatividade da Sanepar, o que resultará na redução da emissão dos Gases de Efeito Estufa (GEE). No segundo eixo de trabalho, atuará de forma a minimizar o consumo de energia elétrica reduzindo as perdas no sistema produção e distribuição de água, numa ação que levará duplo benefício ao meio ambiente, reduzindo as retiradas de água dos mananciais e a emissão de agentes poluentes no processo de geração de energia. Já, o terceiro eixo visa cooperação técnica e pesquisa principalmente no reuso das águas provenientes das Estações de Tratamento de Esgoto, cujo processo piloto está em desenvolvimento na ETE Atuba Sul de Curitiba, modernização da operação e manutenção dos Sistemas de Água e Esgoto e outras atividades já citadas. Segundo o engenheiro Sérgio Wippel, coordenador do programa, o Progesan será a base para o lançamento do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo - MDL para o Setor de Saneamento Básico, viabilizando efetivamente o desenvolvimento sustentável. “O novo programa também complementará o Paranasan, na medida em que o sistema Curitiba e o litoral serão beneficiados com suas ações”, completou.

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