Delimitação fundiária, abertura de canais de relacionamento com vizinhos, levantamento das atividades agropastoris, execução de terraços e curvas de nível nas propriedades rurais, readequação da drenagem das estradas vicinais e recomposição de florestas nativas são algumas das intervenções que a Sanepar está desenvolvendo no entorno da barragem Piraquara II, localizada na Colônia Santa Maria do Novo Tirol.
As intervenções fazem parte do primeiro estudo de ações integradas para a proteção ambiental da represa. Denominado de “Ordenamento e Manejo Ambiental do Reservatório Piraquara II”, o projeto piloto visa testar em quatro quilômetros, de um total de 42, uma série de medidas que deverá ser estendida para todo o perímetro da barragem e que servirá de referencial para as futuras represas da empresa.
As barragens são feitas para acumularem o máximo de água possível, tanto através da chuva quanto também pela captação da água caudal do rio existente, com o objetivo estratégico de ter água disponível em grandes volumes para o abastecimento público. Contudo, toda a zona onde o lago e a sua barragem se encontram, bem como a área circundante, acaba sofrendo e provocando impactos econômicos, sociais e ambientais.
“Justamente para equalizar os conflitos de interesses dos diferentes públicos que vivem no entorno de uma barragem é que estamos estudando o que é preciso fazer, como fazer e os recursos necessários para fazer. O objetivo é identificar as melhores práticas para a proteção ambiental da água usada no abastecimento público”, explica Maria Arlete Rosa, diretora de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar.
Mas, para garantir a eficiente proteção de uma barragem usada como manancial público, é exigida uma atuação em diferentes frentes, o que implica no planejamento de ações integradas em várias instâncias, além da própria Sanepar. Para demonstrar isso na prática, no último final de semana, a DMA promoveu um dia de campo na área do projeto piloto reunindo técnicos da própria empresa, da Prefeitura de Piraquara, do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e da Secretaria Estadual de Agricultura. Durante a visita, a comitiva de 30 profissionais pôde ver os diferentes experimentos nas áreas de biologia, agronomia, engenharia de tráfego e hidrologia.
Segundo a diretora Maria Arlete, a intenção foi a de demonstrar como estrutura de governo – no âmbito do Estado e do município – deverá trabalhar em parceria para atacar diferentes frentes de problemas, como já está vem acontecendo através do Programa de Gestão Ambiental Integrada em Microbacias (PGAIM).
Consultoria - Para a execução do projeto piloto na Piraquara II, a Sanepar está contando com a consultoria do professor e mestre da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Joaquim Siverino, que desde 2003 faz os projetos de preservação ambiental da represa da hidrelétrica Itaipu Binacional, na margem paraguaia do lago. A experiência aplicada em 4 mil quilômetros no país vizinho, inclusive, está servindo de referencial para as ações na barragem da Sanepar.
De acordo com o professor, a principal preocupação em trabalhos com essas características é atacar questões macros, como reflorestamento, gestão de resíduos sólidos e drenagem, mas a sua eficiência se dá nos detalhes. “É preciso verificar coisas pequenas como a presença de minas, o curso das enxurradas e, principalmente, a possibilidade de envolver os vizinhos da barragem no processo”, explica. Foi assim, por exemplo, que o professor descobriu o biólogo Fábio Gonçalves que, numa iniciativa pessoal, coletou sementes de espécies nativas da região em 2003 e formou um viveiro, antes da construção da barragem. Hoje as mudas produzidas pelo profissional estão sendo usadas para a recomposição da mata ciliar.
Sanepar inicia proteção ambiental de suas barragens
O projeto piloto, denominado “Ordenamento e Manejo Ambiental do Reservatório Piraquara II, orientará ações para atuais e futuras represas
Publicação
01/03/2010 - 16:50
01/03/2010 - 16:50
Editoria