Embora já detenha, desde 2007, a condição de capital com o melhor saneamento básico do país, Curitiba continua recebendo grande número de obras de água e esgoto. Apenas com as que estão em andamento – e que serão concluídas no ano que vem –, os investimentos são de R$ 30,5 milhões. Já estão em processo de licitação mais R$ 56,7 milhões em obras que vão iniciar nos próximos meses, segundo informa o diretor-presidente da empresa, Stênio Sales Jacob. Os investimentos chegam a R$ 199,4 milhões, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com contrapartida da Sanepar. Somente de 2003 a 2008, foram destinados R$ 502,8 milhões para atender as necessidades dos curitibanos em saneamento ambiental. O conjunto de obras integra o Plano de Desenvolvimento da Sanepar, até 2012, quando a rede de água estará ampliada em mais 98 quilômetros e a de esgoto, em 571 quilômetros. A capacidade de reservação de água, por exemplo, terá um aumento de mais de 14 mil metros cúbicos, com a construção de cinco novos reservatórios. Ainda serão acrescidas mais 20 mil novas ligações de água e outras 37 mil de esgoto. “Além dos benefícios à qualidade de vida, as obras abrirão 34 mil vagas de empregos diretos e indiretos, movimentando a economia”, acrescenta o presidente da Sanepar. Atualmente, 100% da população urbana de Curitiba (1,834 milhões de habitantes) recebem água tratada. De acordo com os indicadores do mês passado, 90,61% dos moradores curitibanos (1.662 milhões de pessoas) já contam o serviço de coleta e tratamento de esgoto. Com a conclusão das obras, Curitiba deve ultrapassar o índice de 93%, muito além do recomendado pela Organização Mundial da Saúde, que é de 65%. O sistema de coleta de esgoto de Curitiba é formado por 5.590 quilômetros de redes que levam os resíduos domésticos até uma das cinco grandes estações de tratamento: Atuba Sul, Belém, Padilha Sul, Santa Quitéria e CIC-Xisto. O volume mensal médio de esgoto tratado, na capital do Estado, é de 7.006 milhões de metros cúbicos. FUTURO – A Sanepar tem Plano de Desenvolvimento para o abastecimento de Curitiba e para a Região Metropolitana (26 municípios), que vai até 2110. Os cálculos são de que, nesse ano, a Grande Curitiba tenha mais de 20 milhões de habitantes, com uma previsão de consumo de 300 litros por habitante. O plano contempla o aproveitamento da nascente do Rio Barigui, em Almirante Tamandaré, que será concluída até fim do ano que vem. Na sequência, a utilização da barragem do Rio Verde da Petrobrás, em Campo Largo, onde os projetos estão em execução e os recursos estão previstos no PAC, e a barragem do Rio Miringuava, em São José dos Pinhais, que deve entrar em operação até 2018. Cada vez mais será necessário buscar água mais longe. A partir de 2050 já está prevista a captação de água da represa do Capivari, em Campina Grande do Sul, para abastecer também a população de Curitiba.