Sanepar enfrenta dificuldades para reconstruir infraestrutura em Sengés

Desabastecimento ocorre ainda em outras quatro cidades do Norte Pioneiro
Publicação
01/02/2010 - 16:32
Editoria
Desde a tarde de sábado (30), equipes da Sanepar trabalham para restabelecer o fornecimento de água em Sengés, no Norte Pioneiro, e 40% da cidade ainda enfrenta desabastecimento devido à destruição da rede, que teve a sua tubulação arrastada pelo Rio Jaguaricatu. Como a cidade está isolada por via terrestre, os técnicos dependem do helicóptero da Defesa Civil do Paraná para dar continuidade aos trabalhos, cuja previsão de término é para o final da tarde desta terça-feira (2). Na madrugada de sábado, Sengés foi praticamente destruída pela enchente e, até o final da tarde de domingo (31), cerca de 20 mil habitantes enfrentavam desabastecimento. O sistema de água da cidade é formado por poços artesianos isolados e, somente com a interligação de um desses mananciais subterrâneos ao resto da rede, com capacidade de produção de 80 mil litros por hora, foi possível garantir água tratada para 60% da população. No município, o distrito de Reinópolis está isolado e não há previsão de quando será restabelecido o fornecimento de água para os cerca de 350 habitantes da localidade. Outra situação crítica é em Tomazina, onde, pela cheia do Rio das Cinzas, que corta a cidade, não é possível fazer a captação de água. As instalações usadas para fazer este processo estavam totalmente inundadas e, somente no final da manhã desta segunda-feira (1.º), o nível começou a baixar, permitindo o levantamento dos estragos nos equipamentos e instalações elétricas. A Sanepar ainda não tem previsão de quando terá a unidade reconstruída e já encaminhou para cidade dois caminhões-pipa para buscar água em Conselheiro Mairinck e Siqueira Campos e, assim, garantir o abastecimento de cerca de 15 mil habitantes da cidade. Além dessas duas cidades, a Sanepar ainda enfrenta problemas em Pinhalão, Arapoti e São José da Boa Vista. Na primeira cidade, a enxurrada arrastou parte da tubulação de água e um bairro continua desabastecido, com a previsão de normalização na tarde desta segunda-feira (1.º). Pelo mesmo motivo, metade da cidade de Arapoti está sem água tratada, mas o sistema deverá estar restabelecido nesta segunda-feira (1.º). Já em São José da Boa Vista, a estação de tratamento de água está trabalhando somente com 50% da sua capacidade por causa do excesso de turbidez do Rio Pescaria, que deixa o processo de tratamento mais lento. Já as cidades de Ibaiti e Wenceslau Brás, que tiveram seus sistemas de água bastante prejudicados, voltaram a ser abastecidas normalmente na manhã desta segunda-feira (1.º). LONDRINA – A segunda maior cidade do Estado também foi afetada indiretamente com as chuvas no Norte Pioneiro. O Rio Tibagi, usado na captação de água bruta para atender Londrina e Cambé, nasce nos Campos Gerais e, em seu percurso, recebe inúmeros afluentes da região atingida pelos temporais, o que afetou a produção de água tratada para as duas cidades devido ao alto índice de turbidez (material suspenso na água, como areia e folhagens). Com a normalização dos índices de turbidez do Rio Tibagi, que chegou a 4 mil UT (unidade de turbidez) na noite de sábado (30), o Sistema Tibagi voltou à produção normal nesta segunda-feira (1.º). Contudo, a previsão é que o abastecimento de Londrina e Cambé só deve ser retomado completamente na tarde desta terça-feira (2). Com a interrupção da captação e tratamento de água durante toda a noite de sábado, houve um déficit de 20 milhões de litros de água na distribuição. O problema foi agravado pelo forte calor que atingiu o Norte paranaense, o que provocou o aumento de consumo de água nas duas cidades. A estimativa é que 25 mil famílias tenham ficado sem água no domingo e nesta segunda-feira, de bairros de todas as regiões da cidade. Como o sistema de abastecimento é integrado, a Sanepar fez manobras para alternar o fornecimento entre os reservatórios, fazendo remanejamento para abastecer na segunda-feira bairros que tenham sofrido com a falta de água no domingo. Um caminhão-pipa está abastecendo clínicas, hospitais e as cadeias públicas de Londrina e Cambé.