A utilização agrícola do lodo de esgoto resultante das estações de tratamento da Sanepar foi apresentada para representantes do setor agrícola em Irati. O evento aconteceu na Associação dos Municípios da Região Centro Sul do Paraná (Amcespar) e estiveram presentes técnicos da Secretaria estadual da Agricultura e do Abastecimento, secretarias municipais de Agricultura e de Planejamento, Emater e agricultores.
A Unidade de Gerenciamento de Lodo de Irati (UGL) está licenciada pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) desde o início do ano. Além do lodo proveniente das estações de tratamento de esgoto de Irati, ela também deverá receber o material das cidades de Imbituva, Prudentópolis, Ivaí e Inácio Martins, o que corresponde a uma produção de aproximadamente 360 toneladas de lodo seco por ano.
O lodo de esgoto rende um aumento de produtividade de até 40%. Pode ser utilizado no cultivo de produtos que são consumidos após o processo de industrialização, como por exemplo o milho, o feijão e a soja. Também pode ser aplicado na produção de grama e reflorestamentos. Já em culturas inundáveis, como o arroz, e naquelas cujo produto comercial tenha contato direto com o solo, o lodo não pode ser aplicado. “Isso inclui hortaliças, tubérculos e frutos como o morango”, explica Simone Bittencourt, engenheira agrônoma da Diretoria de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar.
Segundo a agrônoma, são necessários quatro anos para que o solo fertilizado com lodo de esgoto possa receber o plantio de produtos de contato direto com o solo. Para a criação de gado, é necessário aguardar um ano. “Estas restrições muitas vezes acabam inibindo o interesse do agricultor, mas não são barreiras intransponíveis”, diz.
Desde que atendam aos critérios legais de localização e requisitos técnicos, a Sanepar tem priorizado a destinação do lodo para áreas de agricultura familiar próximas às UGLs e que, preferencialmente, já estejam incluídas em outros programas de incentivo. Em Irati, a chefe do escritório regional da Seab, Adriana Baumel, sugeriu o direcionamento do lodo para as propriedades de cultivo de girassol, que já fazem parte de um programa da prefeitura municipal. Os interessados deverão entrar em contato com a Emater, que poderá orientar sobre a viabilidade, realização do diagnóstico e realização do projeto agronômico.
Com o apoio da Emater, a Sanepar iniciou as pesquisas para utilização agrícola do lodo de esgoto há mais de 20 anos. Atualmente, o Paraná produz 15,6 mil toneladas de lodo seco/ano, mas tem capacidade instalada para a produção de 38 mil toneladas anuais. “As estações de tratamento de esgoto são projetadas já prevendo o aumento da população”, ressalta Simone, lembrando que o papel da Sanepar é fornecer o lodo higienizado com qualidade, segurança ambiental, sanitária e econômica.
Sanepar apresenta em Irati uso agrícola do lodo de esgoto
Unidade produtora terá capacidade de produzir 360 toneladas anuais
Publicação
25/09/2009 - 16:53
25/09/2009 - 16:53
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